1-Guerreiro:
Lutou contra a ligadura de tropas com fins eleitoreiros. Incentivou a criação de grupos de mulheres buscando a libertação.
Lutou em várias frentes e levantou muitas bandeiras.
Levantou a voz pela PAZ e democracia em Cariacica, respeitem o voto do POVO. Denunciou a politicagem suja e conclamou o povo a ir as ruas. Não se calou. Foi profeta em tempos de desespero!
Apoiou os sem teto no direito de uma casa para morar.
Na pastoral operária conscientizava os trabalhadores e estimulava a sua organização por melhores salários e trabalho sem exploração. No boletim ferramenta ajudava a refletir sobre a realidade socioeconômica e política. Abria espaço para divulgar as greves e os avanços da classe trabalhadora.
Na pastoral da juventude provocava que ela fosse missionária e solidária.
Defendia e agia para que os cristãos e não cristãos lutassem pela transformação da sociedade e pelo fim das injustiças. Era preciso se comprometer na comunidade e na vida da sociedade através dos movimentos, partidos e sindicatos.
Não se acovardou diante da violência e chamou o povo a sair para a Rua da Boa Esperança, em via sacra e espantar o medo que se instalava no Bairro de Flexal em Cariacica. Os bandidos haviam tomado as casas e as pessoas estavam ameaçadas.O povo respondeu ao apelo e uma multidão se manifestou e orou.
Levantou a voz contra a violência institucionalizada, praticada pelo estado contra o povo. Violência nas cadeias, assassinatos de jovens e negros. Violência do poder ,o crime organizado...Meu Deus.
E cantamos:
“NOSSA ALEGRIA É SABER QUE UM DIA”
2-Amigo:
Você amava estar perto dos amigos e fez dos seus “paroquianos”, os seus amigos. Tanto aqui como na França tinha muitos amigos. Mas foi no Brasil, em Cariacica que conseguiu estar mais a vontade e entre os seus confiar e abrir o seu coração e conquistar tantos para uma causa comum. Não havia quem resistisse, quem não parasse para ouvir. Afinal era o AMIGO que estava falando.
Então... “amigo é coisa pra se guardar”
3-Brasileiro de coração: Adotou o Brasil como seu país e chegou a ficar um período estudando a língua portuguesa para melhor se comunicar. Fez curso de reciclagem em Brasília para conhecer os problemas brasileiros. Viajou no nordeste para conhecer a seca e a morte precoce de tantas crianças, enterradas em covas rasas. Viu de perto o poder do latifúndio e os contrastes entre as regiões muito pobres e outras bem ricas. Conheceu Crateús, terra de Dom fragoso e do querido Zé Vicente. Esteve em Goiás com Dom Tomas Balduino. Amava o Brasil mas não a sua pobreza. Não se conformava com o fatalismo resignação que os brasileiros tinham. Expressões do tipo: “foi Deus quem quis”, ou ainda : “é vontade de Deus” o incomodava muito. Dizia que Deus não queria a miséria do povo. Provocava em nós, brasileiros que lutássemos e não aceitássemos passivamente as regras que vinham de cima.
Nos momentos de descontração, Não recusava uma caipirinha brasileira, com muito limão e gelo.
Era um devoto de Nossa Senhora da Penha e todo participava a pé da Romaria dos homens junto a tantos peregrinos. Sabia da religiosidade popular dos brasileiros e respeitava.
4-Resistente: Gabriel não teve medo da morte e sua frase tão nossa conhecida:” prefiro morrer pela vida” o coloca a favor da resistência pacifica e o define como um padre de atitude frente as injustiças e a exploração que o sistema nos impõe. Resistiu bravamente contra o poder opressor, o comodismo, o egoísmo, o clericalismo. Sobretudo Gabriel resistiu contra o medo. Não fugiu. Caiu. Mas caiu lutando. Resistiu a morte. Preferiu ficar do lado da vida. Escolheu ficar do lado certo da história: do lado do povo. Da utopia que ora adormece, ora renasce em nossos corações.
5-Incansável: A agenda de padre Gabriel era intensa. Nos finais de semana costumava sair bem cedo de casa para celebrar e só voltava a noite. E entre uma missa e outra, muitas reuniões com o conselho da comunidade, com equipes de serviço...e ainda achava um tempo para visitar um enfermo, uma idosa, um amigo. Não dizia não para uma reunião. Divulgava uma agendinha da juventude operária católica e ele mesmo fazia uso dela. Mas ela era pequena para tantos compromissos.
De uma reunião nascia várias outras. Brotavam encontros de formação, assembleias, na comunidade, no setor, na área e a nível de arquidiocese. Gabriel não parava. No início de ônibus, depois com o seu fusca. Parecia que tinha pressa.
6-Evangelizador:
Dizia que todo membro de comunidade deveria ser missionário.
Anunciava um Jesus Cristo ligado a vida do povo e que morreu lutando pela libertação.
Defendia uma igreja de comunidade de base com equipes de serviços e conselhos organizados.
Dizia que uma igreja que não incomoda é uma igreja acomodada.
Preocupava-se com a organização das comunidades eclesiais de base. Mas a comunidade não pode ficar fechada em si mesma, afirmava ele. É o anuncio da palavra a todos para reafirmar a fé. Os cristãos devem transmitir a esperança. Mas lembrava que em vários lugares pessoas, leigos, lideres, religiosos, padres por assumirem a causa do evangelho são perseguidos, mortos, torturados. São pessoas que ao assumirem a cruz em sua totalidade doam a sua vida até a morte. Parece que Gabriel sabia o que ia acontecer com ele.
7-Legitimo:
Gabriel deixou uma marca única no jeito de celebrar a fé e a vida. Não se acovardou diante das ameaças sofridas. Muito atento aos acontecimentos de seu tempo, provocava nas comunidades reações e ações concretas no sentido de mudar aquele estado de coisas. Gabriel é legitimo, verdadeiro, irmão de Jesus Cristo encarnado, e com certeza é digno de estar na galeria dos mártires.
1 - GUERRIER (sans arme)
Il a lutté contre la ligature des trompes des femmes, organisée à des fins électorales. Il a encouragé la création de groupes de femmes cherchant à se rendre plus libres.
Il a lutté sur de nombreux fronts et a brandi beaucoup de drapeaux.
Il a élevé la voix pour établir la PAIX et la démocratie à Cariacica : "Respectez le vote du PEUPLE". Il a dénoncé la "sale" politique et réclamé à haute voix que le peuple descende dans la rue. Il ne s'est pas tu. Il a été prophète en des temps de désespérance !
Il a aidé les sans toit à obtenir leur droit à un logement.
A la Pastorale Ouvrière, il conscientisait les travailleurs et les stimulait dans leur recherche pour des salaires plus importants et un travail sans exploitation. Dans le bulletin "Ferramenta" il aidait à réfléchir sur la réalité socioéconomique et politique. Ce bulletin ouvrait ses colonnes aux appels à la grève ainsi qu'aux comptes-rendus des avancées de la classe ouvrière.
A la Pastorale des Jeunes, il les incitait à être missionnaires et solidaires.
Il luttait et agissait pour que les chrétiens et les non chrétiens luttent pour la transformation de la société et pour la fin des injustices. Il fallait s'engager dans la communauté et dans la vie de la société par le biais des mouvements, partis et syndicats.
Il ne s'est pas démonté face à la violence et a appelé le peuple à descendre dans la rue de Bonne Espérance, dans la voie sacrée et à faire fuir la peur qui s'installait dans le quartier de Flexal à Cariacica. Les "bandits" s'étaient emparés des maisons et les personnes étaient menacées. Le peuple a répondu à son appel et une multitude a manifesté et a prié.
Il a élevé la voix contre la violence institutionnalisée, pratiquée par l'Etat contre le peuple. Violence dans les prisons, assassinats de jeunes et de noirs. Violence du pouvoir, le crime organisé… Mon Dieu !
Et nous chantons :
"Notre joie est de savoir qu'un jour…"
2 - AMI
Tu aimais être près des amis et tu as fait de tes "paroissiens" tes amis. Aussi bien ici qu'en France, tu avais beaucoup d'amis. Mais c'est au Brésil, à Cariacica, que tu as réussi à être le plus à l'aise et parmi tes amis, à ouvrir ton cœur et rassembler tant de gens pour une cause commune. Il n'y avait personne qui te résistait ou qui refusait de s'arrêter pour t'écouter. En fin de compte, c'était l'AMI qui parlait.
Alors…"un ami est une chose à conserver"
3 – BRESILIEN DE CŒUR
Il a adopté le Brésil comme son pays et il a passé quelque temps à étudier la langue portugaise afin de pouvoir mieux communiquer. Il a suivi un cours de recyclage à Brasilia afin de connaître les problèmes brésiliens. Il a voyagé dans le Nordeste pour apprendre à connaître la sécheresse et la mort précoce de tant d'enfants, enterrés dans des fosses pleines à ras bord. Il a vu de près le pouvoir des grands propriétaires ruraux et les contrastes entre les régions très pauvres et d'autres bien riches. Il a découvert Crateus, terre de Dom Fragoso et du cher Zé Vicente. Il est allé à Goiás avec Dom Tomas Balduino. Il aimait le Brésil mais pas sa pauvreté. Il n'adhérait pas à la résignation fataliste des Brésiliens. Des expressions telles que : "C'est Dieu qui le veut", ou encore "C'est la volonté de Dieu" le dérangeait beaucoup. Il disait que Dieu ne voulait pas la misère du peuple. Il nous incitait, nous Brésiliens, à lutter et ne pas accepter passivement les règles qui venaient d'en haut.
Dans les moments de détente, il ne refusait pas une caipirinha brésilienne, avec beaucoup de citron et des glaçons.
Il était un fidèle de Notre Dame da Penha et participait à pied à chaque pèlerinage des hommes avec de nombreux pèlerins. Il connaissait la religiosité populaire des Brésiliens et la respectait.
4 – RESISTANT :
Gabriel n'avait pas peur de la mort et sa phrase que nous connaissons bien : "je préfère mourir pour la vie…" le place dans le camp des militants de la résistance non violente et le définit comme un prêtre qui s'oppose aux injustices et à l'exploitation que le système nous impose. Il a résisté courageusement à l'oppression du pouvoir, aux compromis, à l'égoïsme, au cléricalisme. Surtout, Gabriel a résisté à la peur. Il n'a pas fui. Il est tombé. Mais il est tombé en luttant. Il a résisté à la mort. Il a préféré rester du côté de la vie. Il a choisi de rester du vrai côté de l'histoire : du côté du peuple. Du côté de l'utopie qui, tantôt sommeille, tantôt renaît dans nos cœurs.
5 - INFATIGABLE :
Les journées du père Gabriel étaient très chargées. En fin de semaine il avait l'habitude de sortir très tôt pour célébrer la messe et il revenait seulement à la nuit. Et entre deux messes, beaucoup de réunions avec le conseil de la communauté, avec des équipes de service…et il trouvait encore du temps pour visiter un malade, une femme âgée, un ami. Il ne refusait jamais une réunion. Il distribuait un petit agenda de la jeunesse ouvrière et lui-même l'utilisait. Mais il était bien petit pour tant de rendez-vous.
D'une réunion en naissaient diverses autres. On voyait germer des rencontres de formation, des assemblées, dans la communauté, dans le secteur, dans celui de l'archidiocèse et à ce niveau. Gabriel ne s'arrêtait pas. Au début en bus, ensuite, avec sa Fusca. Il semblait pressé.
6 - EVANGELISATEUR
Il disait que tout membre d'une communauté devrait être missionnaire.
Il annonçait un Jésus Christ attaché à la vie du peuple et qui est mort en luttant pour la libération.
Il défendait une Eglise des communautés de base avec des équipes de services et des conseils organisés.
Il disait qu'une Eglise qui ne dérange pas est une Eglise d'arrangements.
Il se souciait de l'organisation des communautés ecclésiales de base. Mais la communauté ne peut pas rester fermée sur elle-même, affirmait-il. Elle doit annoncer la Parole à tous pour réaffirmer la foi. Les chrétiens doivent transmettre l'espérance. Mais il rappelait qu'en beaucoup de lieux, des personnes, des laïcs, des leaders, des religieux, des prêtres, sont persécutés, tués, torturés pour avoir défendu la cause de l'Evangile. Ce sont des personnes qui, en assumant la Croix dans sa totalité font don de leur vie jusqu'à la mort. Il semble que Gaby savait ce qui allait lui arriver.
7 - LEGITIME
Gabriel a laissé une trace unique dans sa façon de célébrer la foi et la vie. Il ne s'effrayait pas des menaces qu'il recevait. Très attentif aux événements de son temps, il provoquait dans les communautés des réactions et des actions concrètes en vue de changer cet état de choses. Gabriel est le frère légitime, véritable, de Jésus Christ incarné, et assurément, il est digne de figurer dans la galerie des martyrs.
Dárcio