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19 février 2016 5 19 /02 /février /2016 23:19

Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

Por uma Igreja mais comprometida

Sábado, 16 de janeiro de 2016

 

Nathalie, amiga de Dárcio e Cléu, veio nos buscar para almoçar com seus pais (Ivette e Daniel ETIEVANT). No caminho fomos presenteados com lindas paisagens em neve. Difícil descrever tanta beleza.

Nathalie conheceu Gaby no ano de 1989 - exatamente o ano de seus assassinato - quando ela esteve no Brasil. Tendo ouvido do padre Joseph (irmão de Gabriel) sobre o trabalho realizado na Grande Vitória, ela foi conhecer de perto. Chegando à casa de Gaby, em Vila Palestina, ela soube que o bispo de Saint-Claude (Dom DOUCHÈNE) tinha pedido a ele de voltar, devido as ameaças que vinha sofrendo. Nathalie nos conta que Gabriel disse a ela que esse pedido do bispo muito o incomodava e que teimaria em continuar sua luta junto do povo.

Ela se lembra da simplicidade da casa onde Gaby morava; uma casa toda em madeira, inclusive o assoalho. No primeiro dia de sua chegada, ao se sentar junto à mesa, um dos pés da cadeira em que se sentou entrou num vão entre uma tábua e outra do assoalho, provocando um ligeiro susto e algumas risadas.

Nesta casa dos ETIEVANT ficamos apenas para o almoço. Tínhamos, na seqüência um encontro com o bispo da Diocese do Jura, na casa episcopal.

 

Ele, Monsenhor Vincent JORDY, já nos aguardava na porta; jovem, forte, sorridente, nos abraçou à moda brasileira, foi muito acolhedor. Éramos nós três, mais Elisabeth, Rachel e Jacques.

Em vez de nos levar a alguma sala destinada a reuniões, levou-nos a uma copa, tendo ao lado uma cozinha; e foi logo nos perguntando se queríamos chá ou café. Optamos todos pelo café; e, para nossa surpresa, foi ele para a cozinha preparar, ele mesmo, o café para a turma (!!!) Sem palavras. Pedi a ele se eu poderia fazer uma foto dele fazendo café. Aceitou sorridente. Eu lhe disse que a foto iria para o Papa Francisco. Rimos.  

Como bispo, ele se ocupa de toda a Diocese, é claro; mas também tem um trabalho macro-ecumênico especial na resolução de conflitos inter-religiosos, principalmente entre judeus e muçulmanos, em território francês; e também, junto com outros bispos, atua na correção do olhar dos fiéis cristãos em relação aos judeus.

Agradeceu nossa vinda. Disse que a casa era nossa e que estava ali para nos escutar.

Conversamos sobre o profetismo de Gabriel; o profetismo na igreja que ele encontrou aqui no Jura e também no Brasil, pelas vozes de Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom João Batista da Mota, padres e irmãs inseridos no meio popular, leigos e gente simples do povo. Falamos dos anos em que a Igreja sofria muitas perseguições por causa de seu testemunho vivo em vista de amenizar a dor do povo, vendo no rosto do pobre o rosto do próprio Cristo.

Dom Jordy perguntou se a Igreja ainda tem sofrido ameaças e se ainda há casos de padres e irmãs sendo assassinados. Respondi que não. A Igreja já não incomoda, como antes, o poder instituído.

Após o monsenhor nos fazer um resgate da Igreja de João Paulo II e dos motivos que o levaram a diminuir o avanço da Teologia da Libertação, lembrou-nos que o Papa Francisco, em sua recente encíclica Evagelii Gaudium, retoma o Espírito de uma Igreja mais comprometida, a partir do centro, que é o Evangelho.

Também falamos de outros assuntos, tais como a crise de fé e de vocações na Europa; que no tempo de Gabriel havia 200 padres; hoje - 25 anos depois - esse quantitativo foi dividido por 8. Há também o problema do envelhecimento da população; a questão da laicidade que é bastante forte na França; mas que também há jovens bastante engajados, tais como Rachel, que não vêem o dinheiro e o sucesso como uma meta. E disse que ainda acredita que a Igreja vai conseguir sair dessa situação.

Dárcio o convidou para uma visita a nós em Vitória. O bispo disse que talvez vá em até dois anos, com o vigário geral da diocese.

Ele nos presenteou com o livro "Jura, Terre Mariale" (Jura, Terra Mariana)

Finalizando, rezamos - primeiro em português e depois em francês - a mais preferida das orações de Gabriel:

Ave Maria, cheia de graça                                          Je vous salue, Marie, pleine de grâce

O Senhor é convosco                                                   Le Seigneur est avec vous

Bendita sois vós entre as mulheres                        Vous êtes bénie entre toutes les femmes

E bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus.            Et Jésus, le fruit de vos entrailles, est béni.

Santa Maria, Mãe de Deus                                         Sainte Marie, Mère de Dieu

Rogai por nós, pecadores                                           Priez pour nous, pauvres pécheurs

agora e na hora de nossa morte.                             Maintenat et à l'heure de notre mort.

Amém.                                                                               Amen.

 

Nosso último compromisso do dia ainda nos aguardava: testemunhar o trabalho de Gabriel para um grupo de escoteiros que tem o nome Gaby Maire mas que não sabe muita coisa acerca deste seu patrono. O Dárcio foi muito criativo nesse encontro cuja maioria da assembleia era formada por menores de 10 anos; embora houvesse também um bom número de jovens e adultos.

O Centro Nova Geração e o MPCDM se tornaram uma certa referência nesse momento com os escoteiros, devido a idade da maioria; enfatizando a luta pela vida, pela paz, contra toda forma de injustiça e violência.

Ensinamos o refrão de "Profeta Gabriel" em português; cantamos todos juntos; depois eles cantaram também a tradução francesa. Foi muito bom ter vindo a esse encontro.

Os escoteiros também mostraram o trabalho que realizam, suas viagens, acampamentos, modo de integração e de partilha.

...

Voltamos para a casa de Jacques e Elisabeth LAMY.

Sem a atuação de Elisabeth teria sido impossível toda essa ação.

A partir do domingo, 17, também tivemos momentos de troca de experiência com outras que pessoas que nos procuraram ou de quem fomos ao encontro; mas foram dias mais dedicados ao passeio, ao turismo. Então, fiquemos por aqui.

 

Diário de Viagem - Journal de voyage #12
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Cleunice, Dárcio et Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

Pour une Eglise plus engagée

 

Samedi 16 janvier 2016

 

Nathalie, amie de Dárcio et Cléu, est venue nous chercher pour déjeuner avec ses parents (Yvette et Daniel Etievant) . Le long du chemin, nous avons devant les yeux de très beaux paysages de neige : un vrai cadeau ! Difficile de décrire tant de beauté.

Nathalie a connu Gabriel en 1989 – exactement l'année de son assassinat – alors qu'elle était au Brésil. Ayant entendu le Père Joseph (frère de Gabriel) parler du travail réalisé dans le Grand Vitória, elle est allée voir de près. Arrivant à la maison de Gaby, à Vila Palestina, elle a appris que l'évêque de Saint-Claude (Mgr Duchêne) lui avait demandé de revenir, à cause des menaces dont il était l'objet. Nathalie nous raconte que Gabriel lui avait dit que cette demande de l'évêque l'avait beaucoup perturbé et qu'il poursuivrait obstinément son combat avec le peuple.

Elle se souvient de la maison toute simple où vivait Gaby ;  elle était tout en bois, y compris le sol. Le premier jour de son arrivée, en s'asseyant à la table, un des pieds de sa chaise s'est coincé dans un trou entre deux planches du sol, provoquant une légère frayeur et quelques éclats de rire.

Nous sommes restés seulement pour le repas chez les Etievant. Nous avions ensuite une rencontre avec l'évêque du diocèse du Jura, à l'évêché.

 

Lui, Mgr Vincent Jordy, nous attendait à la porte ; jeune, fort, souriant, il nous a embrassés à la mode brésilienne, il a été très accueillant. Nous étions nous trois, plus Elisabeth, Rachel et Jacques.

Au lieu de nous emmener vers quelque salle de réunion, il nous a conduits dans une petite pièce attenante à une cuisine ; et il nous a tout de suite demandé si nous voulions du thé ou du café. Nous avons tous opté pour le café ; et, à notre grande surprise, c'est lui-même qui est allé le préparer à la cuisine pour notre équipe (!!!) Sans rien dire. Je lui ai demandé si je pourrais prendre une photo de lui en train de faire le café. Il a accepté en souriant. Je lui ai dit que la photo irait jusqu'au Pape François. Nous avons ri.

En tant qu'évêque, il s'occupe de tout le diocèse, bien sûr ; mais il a aussi un travail œcuménique particulier pour résoudre, en territoire français, les conflits inter-religieux, principalement entre juifs et musulmans ; et aussi, avec d'autres évêques,  il s'efforce de modifier le regard des fidèles chrétiens sur les juifs.

Il nous a remerciés d'être venus le voir. Il a dit que cette maison était la nôtre et qu'il était ici pour nous écouter.

Nous avons parlé du prophétisme de Gabriel ; le prophétisme qu'il a rencontré ici dans le Jura et aussi au Brésil, par les voix de Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldaliga, Dom João Batista da Mota, prêtres et religieuses insérés dans le milieu populaire, laïcs et gens du peuple. Nous avons parlé des années pendant lesquelles l’Église a subi beaucoup de persécutions à cause de son témoignage vivant en vue de diminuer les souffrances du peuple, en voyant dans le visage du pauvre le visage même du Christ.

Dom Jordy a demandé si l’Église souffrait encore de menaces et s'il y a encore des cas de prêtres et de religieuses assassinés. J'ai répondu que non. L’Église ne dérange pas, comme auparavant, le pouvoir établi.

Après avoir tenté de réhabiliter  l’Église de Jean Paul II et nous avoir exposé les motifs qui l'ont porté à freiner les avancées de la Théologie de la Libération, il nous a rappelé que le Pape François, dans sa récente encyclique Evangelii Gaudium, retrouve l'Esprit d'une Eglise plus engagée, à partir de son centre, l'Evangile.

Nous avons aussi abordé d'autres sujets, tels que la crise de la foi et des vocations en Europe ; du temps de Gabriel il y avait 200 prêtres (dans le Jura) ; aujourd'hui -  vingt-cinq ans après – ce nombre a été divisé par huit. Il y a aussi le problème du vieillissement de la population ; la question de la laïcité qui est relativement importante en France ; mais il y a aussi pas mal de jeunes engagés, comme Rachel, qui ne voient pas comme but dans la vie l'argent ou le succès. Il a dit aussi qu'il croit encore que l’Église va parvenir à sortir de cette situation.

Dárcio l'a invité à venir nous voir à Vitória. L'évêque a dit que peut-être, d'ici deux ans il viendrait avec le vicaire général du diocèse.

Il nous a offert le livre "Jura, Terre Mariale"

Pour terminer, nous prions – d'abord en portugais, puis en français – la prière que Gabriel préférait :

 

Ave Maria, cheia de graça                                          Je vous salue, Marie, pleine de grâce

O Senhor é convosco                                                   Le Seigneur est avec vous

Bendita sois vós entre as mulheres                          Vous êtes bénie entre toutes les femmes

E bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus.             Et Jésus, le fruit de vos entrailles, est béni.

Santa Maria, Mãe de Deus                                         Sainte Marie, Mère de Dieu

Rogai por nós, pecadores                                           Priez pour nous, pauvres pécheurs

agora e na hora de nossa morte.                             Maintenant et à l'heure de notre mort.

Amém.                                                                               Amen.

 

Un dernier rendez-vous de cette journée nous attendait encore : témoigner du travail de Gabriel devant un groupe de scouts portant le nom de Gaby Maire mais qui ne savaient pas grand chose de leur patron. Dárcio a été très créatif pendant cette rencontre, la majorité de l'assemblée ayant moins de dix ans ; il y avait aussi tout de même un bon nombre de jeunes et d'adultes.

Le Centre Nouvelle Génération et le MPCDM se sont avérés de bonnes références  pendant ce moment passé avec les scouts, étant donné l'âge de la plupart d'entre eux ; ces deux mouvements mettent en valeur la lutte pour la vie, pour la paix et contre toute forme d'injustice et de violence.

Nous leur apprenons le refrain de "Profeta Gabriel" en portugais ; nous chantons tous ensemble ; ensuite, ils ont chanté aussi la traduction française. Nous étions très heureux d'être venus à cette rencontre.

Les scouts aussi nous ont montré le travail qu'ils réalisent, leurs voyages, leurs camps, leur mode d'intégration et de partage.

Nous retournons chez Jacques et Élisabeth.

Sans le travail d'Elisabeth tout ceci aurait été impossible.

A partir du dimanche 17, nous aurons aussi des moments de partage d'expérience avec d'autres personnes que celles qui sont venues nous voir ou que nous avons rencontrées ; mais ces jours ont été plus spécialement consacrés au passé, au tourisme. Alors nous nous en tiendrons là.

Ave Maria, cheia de graça                                          Je vous salue, Marie, pleine de grâce

O Senhor é convosco                                                   Le Seigneur est avec vous

Bendita sois vós entre as mulheres                        Vous êtes bénie entre toutes les femmes

E bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus.        Et Jésus, le fruit de vos entrailles, est béni.

Santa Maria, Mãe de Deus                                         Sainte Marie, Mère de Dieu

Rogai por nós, pecadores                                           Priez pour nous, pauvres pécheurs

agora e na hora de nossa morte.                             Maintenat et à l'heure de notre mort.

Amém.                                                                               Amen.

 

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18 février 2016 4 18 /02 /février /2016 21:00

Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"tomada de posição... a partir do anúncio do Cristo"

Sexta, 15 de janeiro de 2016

 

O dia amanheceu mais frio (-2°). E como havia chovido um pouquinho durante a madrugada, o frio intenso fez com que uma fina camada de gelo no chão exigisse de nós maior cuidado ao caminhar.

Chegamos a uma empresa da região: ECCOFOR. Na entrada encontramos Paul e Claudette. Foi muito bom encontrar este casal pois sabemos o quanto eles tem colaborado com a Associação francesa, principalmente na tradução de diversos textos brasileiros relacionados a Gabriel.

A ECCOFOR não é apenas uma empresa mas uma empresa-escola cujo trabalho principal é a serralheria. Atualmente há 16 alunos. Chama a atenção o fato de serem, quase todos, estrangeiros. Todos eles não estão em escola formal; houve alguma coisa diferente na história de cada um deles que fez com que não se adaptassem ao ensino formal.

Como se trata não só de trabalho, mas também de ensino, fomos até uma das salas , onde encontramos um grupo de cerca de 8 jovens de diferentes nacionalidades: 3 franceses, 1 congolês, 2 indianos, 1 nigeriano, 1 senegalês. A aula era de filosofia. Os professores são contratados, mas também tem voluntários. Conversamos por cerca de 40 minutos, entre apresentações pessoais e a forma como se vêem na sociedade.

"Na escola os alunos aprendem a fazer. Aqui a gente aprende fazendo".

"Antes de entrar aqui a gente ouvia que a gente não era nada; que não seria capaz de fazer nada".

Dali fomos - no mesmo bairro - ao CADA (Centre d'Accueil aux Demandeurs d'Asile), um centro de acolhida aos refugiados políticos que procuram asilo na região. Não fomos ali para conversar com nenhuma das famílias (eles acolhem preferencialmente famílias); fomos apenas para o almoço com outros amigos de Gabriel.

Paul: "Com Gabriel participei de lutas contra a violência, contra a tortura,..."

Cristiane: "Gabriel foi para mim como um raio de luz na tomada de posição, na conscientização acerca da defesa dos direitos humanos, a partir do anúncio do Cristo".

...

Saindo do CADA nos dirigimos para o asilo onde está hospedado padre Joseph MAIRE, um dos irmãos de Gaby. Ali estava também Marie Thérèse nos aguardando para esse encontro. Paul foi conosco. Foi um momento de grande alegria para eles e para nós. Ele fala muito do Brasil; repetiu algumas vezes seu apreço por algumas particularidades das terras brasileiras. Disse, por exemplo, que a visita ao Pantanal é ainda a sua lembrança mais intensa. Esse agradável encontro se deu num espaçoso hall do - muito bem cuidado - asilo. Visitamos seu quarto, onde há fotos de Gabriel, imagens do Brasil, um presépio que o Gabriel tinha em sua casa em Cariacica, e mesmo um entalhe em madeira (Maria com o Menino Jesus) do monge Pedro RECROIX, de quem fui confrade no Mosteiro de Goiás.

 

PS : ECCOFOR facebook clic

 

Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
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Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth
Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth

Photos : Jovanir Darcio et Elisabeth

Cleunice, Dárcio et Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

 

"Prises de position… à partir de l'annonce du Christ"

 

Vendredi 15 janvier 2016

 

Le jour s'est levé plus froid (-2°). Et comme, à l'aube, il avait plu un petit peu, le froid intense avait déposé une fine couche de verglas sur le sol, ce qui exigeait de nous une plus grande attention en marchant.

Nous arrivons dans une entreprise de la région : ECCOFOR. A l'entrée nous rencontrons Paul et Claudette. Nous étions contents de rencontrer ce couple car nous savions combien ils ont collaboré avec l'association française, principalement pour la traduction de divers textes relatifs à Gabriel.

 

ECCOFOR n'est pas seulement une entreprise, mais une entreprise-école dont le travail principal est la serrurerie-métallerie, et sur un autre lieu la pneumatique avec un garage "pneus et services". Actuellement il y a seize élèves. On remarque le fait qu'ils sont, presque tous, étrangers. Aucun d'eux n'est dans une école ordinaire ; dans le parcours de chacun d'eux il y a quelque chose de différent qui a fait qu'ils ne se sont pas adaptés à l'enseignement normal.

Comme il s'agit, non pas seulement de travail, mais aussi d'enseignement, nous sommes allés dans une des salles où nous avons rencontré un groupe d'environ huit jeunes de nationalités différentes : trois Français, un Congolais, deux Indiens, un Nigérian et un Sénégalais. C'était un cours de philosophie. Les professeurs sont sous contrat, mais il y a aussi des bénévoles. Nous avons eu environ quarante minutes d'échange,  ils se sont présentés personnellement, ou nous ont dit comment ils sont perçus par la société. 

« A l'école les élèves apprennent à faire. Ici on apprend en faisant ».

« Avant d'entrer ici, nous entendions dire  qu'on n'était rien ; qu'on ne serait pas capable de rien faire ».

 

De là nous sommes allés – dans un quartier proche- au CADA (Centre d'Accueil des Demandeurs d'Asile) pour les réfugiés politiques qui cherchent à être accueillis dans la région. Nous n'avons pu parler avec aucune des familles (on héberge en priorité les familles) Nous avons seulement pris le repas avec d'autres amis de Gabriel.

Paul : "J'ai participé avec Gabriel à des manifestations contre la violence et la torture…"

Christiane : Gabriel a été pour moi comme un rayon de lumière. Il m'a conscientisé  lorsqu'il s'est agi de prendre position sur les droits de l'homme et ceci à partir de l'annonce du Christ".

En sortant du CADA nous nous dirigeons vers  la maison de retraite où est hébergé Joseph Maire, un des frères de Gaby. Marie Thérèse nous attendait là pour cette rencontre. Paul aussi était avec nous. Cela a été un moment de grande joie pour eux et pour nous. Joseph a beaucoup parlé du Brésil ; il a répété plusieurs fois comme il avait apprécié certaines particularités de la terre brésilienne. Il a dit par exemple  que sa visite au Pantanal est encore son souvenir le plus vif. Cette agréable rencontre s'est faite dans le hall spacieux  - et très bien entretenu – de la maison de retraite. Nous sommes allés voir sa chambre, où il y a des photos de Gabriel, des images du Brésil, une crèche que Gabriel avait chez lui à Cariacica, et même une sculpture en bois (Marie avec l'Enfant Jésus) du moine Pedro Recroix, dont j'ai été le confrère au Monastère de Goiás.

 

PS : ECCOFOR facebook clic

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17 février 2016 3 17 /02 /février /2016 20:27
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"Padre Gabriel..." "Presente"

Quinta, 14 de janeiro de 2016

 

Com alegria, Joelle e Serge, seu marido, nos vieram buscar em Mont sous Vaudrey (chegamos de Saint-Claude na noite anterior). Eles nos levariam até Arbois, ao encontro do presidente da Associação Les Amis de Gaby, Raymond PERRIN. A associação existe desde 1990, ou seja, desde o ano seguinte do ano do assassinato de Gabriel. Dentre suas ações destacam-se as de acompanhar o processo de busca da verdade em relação ao assassinato; dar um sustento moral às pessoas engajadas na luta pela defesa da vida a partir da associação brasileira dos amigos de Gabriel; dar sustento material para algumas ações (oficinas de costura, por exemplo) da associação brasileira; e continuar os Ecos de Vitória (cartas que Gaby escrevia para os amigos franceses a partir de Vitória). Raymond é o presidente desta Associação francesa desde 2014 (Elisabeth é a vice-presidente).

 

Antes de chegar à casa de Raymond, fizemos rápido tour pela bela cidade. Só então soubemos ser a cidade onde Luis PASTEUR - o pesquisador que desenvolveu os estudos da microbiologia - viveu grande parte de sua vida. Os cidadãos de Arbois têm, com toda razão, grande orgulho desse seu filho ilustre, e isso se percebe por onde quer que se ande.

 

Chegamos ao endereço de Raymond no mesmo momento quando ele voltava da padaria; tinha ido comprar pão para o almoço (o baguette - o famoso pão francês - acompanha todas as refeições: que sorte a nossa!). Ele nos acolheu com imensa alegria. O "abraço brasileiro" (porque os franceses não costumam se abraçar da mesma forma que nós) se fez presente mais uma vez (já vínhamos abraçando à brasileira desde a chegada, e isso agrada os amigos de cá).

O apartamento de Raymond tem recordações do Brasil em cada canto. Almoçamos com ele enquanto uma boa conversa ia se desenvolvendo. Raymond também ganhou um CD de Raquel Passos, e nos presenteou com um belíssimo livro contendo imagens do Jura.

 

Mais tarde saímos juntos para mais uma volta por Arbois, chegando às 16h30 à casa de Monique e Constant CHAUVIN, para um lanche: mais um formidável encontro, com assuntos diversos, tais como a política atual do Brasil (Constant já foi prefeito de Arbois), a teologia da libertação, a Igreja de João Paulo II e Ratzinger, a Igreja do Papa Francisco, e tudo isso em relação também à tendência de Gabriel.

 

À noite, de volta aos LAMY e após um rápido jantar, nos dirigimos a mais um compromisso, um encontro com 32 pessoas do entorno de Mont sous Vaudrey que vieram para nos encontrar e ouvir nossa palavra, nossa experiência.

A partir da experiência que tivemos em Saint-Claude, abrimos um tempo maior para que as pessoas da assembleia dessem também sua palavra, seu testemunho. Uma senhora (Jeannette) nos disse: "Vocês vieram, aqui, refazer os passos de Gaby; mas ao mesmo tempo vocês também nos fizeram percorrer os passos dele, lá, no meio de vocês. Que bom saber que a história dele continua por meio de vocês, da APAE, das comunidades...". E um homem (Gérard) também nos dirigiu este testemunho: "Conheci Gabriel quando eu tinha uns 13 ou 14 anos; foi para mim um momento excepcional. Anos após nós nos reuníamos de tempos em tempos para refletir nossa vida, falar da guerra, das torturas, das prisões... Nós nos manifestamos publicamente exigindo o fim das torturas, o fim de tantos sofrimentos".

Ao final cantamos todos o refrão de "Profeta Gabriel". E fizemos a chamada (tal como fazemos, em Cariacica, ao final dos encontros relacionados a Gaby:

- Padre Gabriel

- PRESENTE.

- Padre Gabriel

- PRESENTE.

- Padre Gabriel

- PRESENTE.

 

Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth
Photos Darcio Jovanir et Elisabeth

Photos Darcio Jovanir et Elisabeth

Cleunice, Dárcio et Jovanir

Onze jours sur les pas de Gaby, en France

Par Jovanir

 

"Padre Gabriel"… "Présent"

Jeudi 14 janvier 2016

 

Avec joie, Joëlle et Serge, son mari, sont venus nous chercher à Mont-sous-Vaudrey (nous étions revenus de Saint-Claude la veille au soir). Ils vont nous emmener à Arbois rencontrer le président de l'association Les Amis de Gaby, Raymond Perrin. L'Association existe depuis 1990, l'année suivant l'assassinat de Gabriel. Parmi ses actions on distingue l'accompagnement du procès pour rechercher la vérité sur l'assassinat ; un soutien moral donné aux personnes de l’association brésilienne des "Amis de Gabriel" engagées dans la lutte pour la "défense de la vie" ; le soutien matériel pour quelques actions (atelier de couture par exemple) de cette association ; et poursuivre la rédaction et le suivi des Échos de Vitória (lettres que Gaby écrivait aux amis français à partir de Vitória). Raymond est le président de cette association française depuis 2014, et Élisabeth en est la vice-présidente.

 

Avant d'arriver dans la maison de Raymond nous avons fait un tour rapide de cette belle cité. C'est seulement alors que nous avons appris que c'était la ville où Louis Pasteur – Le scientifique qui a développé les études de microbiologie – a vécu une grande partie de sa vie. Les habitants d'Arbois sont très fiers, et à juste titre, de ce fils illustre, et cela se perçoit où que nous marchions.

 

Nous arrivons chez Raymond au moment même où il revient de la boulangerie ; il était allé acheter du pain pour le déjeuner (la baguette – le fameux pain français – accompagne tous les repas : quelle chance nous avons ! ). Il nous accueille avec une immense joie. C'est une fois de plus l '« abraço brésilien » (les Français n'ayant pas la même façon de s'embrasser que nous ; dès le début nous avions déjà embrassé "à la brésilienne", et cela plaît aux amis d'ici).

Dans tous les coins de l'appartement de Raymond on peut voir des souvenirs du Brésil. Nous déjeunons avec lui tout en menant une conversation fournie. Raymond aussi reçoit un CD de Raquel Passos et nous offre un très beau livre de photos du Jura.

 

Plus tard, nous sortons ensemble pour faire encore un tour dans Arbois et nous nous trouvons à 16h30 dans la maison de Monique et Constant Chauvin, pour un goûter : encore une rencontre  formidable, avec différents sujets  tels que la politique actuelle du Brésil (Constant a été maire d'Arbois), la théologie de la libération, l’Église de Jean-Paul II et de Ratzinger, l’Église du Pape François et tout ceci aussi en relation avec la sensibilité de Gabriel.

 

Le soir, de retour chez les Lamy et après un repas rapide, nous allons encore à un rendez-vous, avec trente-deux personnes des environs de Mont-sous-Vaudrey venues pour nous rencontrer, nous écouter raconter notre expérience.

A partir de ce que nous avons vécu à Saint-Claude, nous laissons aux assistants un temps plus long pour qu'ils puissent prendre eux aussi la parole, nous donner leurs témoignages. Une dame, Jeannette, nous a dit : « Vous êtes venus ici sur les pas de Gaby ; mais en même temps vous aussi nous avez conduit sur ses pas, là-bas, au milieu de vous. Que c'est bon de savoir que son histoire continue au milieu de vous tous, de l'APAE, des communautés… ». Et un homme (Gérard) a témoigné ainsi : "j'ai connu Gabriel quand il avait treize ou quatorze ans ; pour moi, cela a été un moment exceptionnel. Des années après nous nous réunissions de temps en temps pour réfléchir sur notre vie, parler de guerre, de torture, de prison… Nous manifestions publiquement pour exiger la fin de la torture, la fin de tant de souffrance". (1954- 1962,(ndlt).

Pour terminer nous avons tous chanté le refrain de "Profeta Gabriel". Et nous avons fait l"appel" comme nous le faisons à Cariacica, en terminant les rencontres se référant à Gaby :

- Padre Gabriel

- PRESENTE.

- Padre Gabriel

- PRESENTE.

- Padre Gabriel

- PRESENTE. 

 

(1954- 1962,(ndlt) : Gérard parlait des manifestations qui ont eu lieu partout en France pour demander l'arrêt de la guerre d'Algérie qui a eu lieu entre 1954 et 1662 et qui a profondément perturbé ceux qui s'y trouvaient (Lulu par exemple)…

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14 février 2016 7 14 /02 /février /2016 21:31
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"...mas eu tenho pressa de partir"

Quarta, 13 de janeiro de 2016

Dormimos em Saint-Claude: ainda havia um programa a realizar ali: um tanto turístico, um tanto engajado.

A claridade da manhã nos mostrou a neve no alto das montanhas ali pertinho.

 

Café da manhã com Elisabeth e Maryse; e preparação para ir de encontro à neve. Marie Joseph HUGON - ou simplesmente Marie-Jo - (uma das amigas de Gaby que estava na soiré anterior) nos acompanharia nessa aventura.

Para brasileiros do meio popular, ver a neve que cai, ver paisagens totalmente cobertas por cerca de 10 cm de neve, tocar e brincar na neve, é sempre um evento. E foi.

Paramos no mais alto da montanha, onde um chalé nos receberia - por ser o chalé de Genéviève, irmã de Marie-Jo, num local super bucólico chamado Septmoncel.

 

Ao descermos (por volta das 11h) nos dirigimos a uma Associação que atua com crianças e adultos com Síndrome de Down. O prédio que visitamos era o dos adultos. Estes, que nos pareceram bem adaptados ao que fazem, trabalham numa fábrica da própria Associação, cada um com sua tarefa bem definida. A fábrica produz peças pequenas de madeira para montagem de brinquedos, peças grandes para brinquedos maiores, cordões de sustentação de óculos, partes de um material usado em construção civil e em pedreiras, dentre outros. Impressionou-nos. Eles recebem seu salário por esse ofício. O trabalho atua em suas vidas como uma forma de integração à sociedade e de se sentirem úteis e respeitados.

Almoçamos também ali, num restaurante onde há a atuação de uma dezena deles.

 

Uma passadinha pela Maison du Peuple (Casa do Povo); e pela Catedral, que reúne um acervo bem especial.

Saint-Claude é afamada por ser a terra do cachimbo e também do diamante. À tarde visitamos um museu que reúne essas duas tradições.

 

Saint-Claude é também onde Gaby viveu cerca de 8 anos como padre, de 1972 a 80 (Gabriel chegou ao Brasil em agosto de 1980). Nesta vila desenvolveu o MPCDM com um grupo de fiéis. Com esse grupo Gabriel manteve, mesmo do Brasil, uma estreita relação de comunhão entre si e com o mundo. Quanto mais se engajava, mais tinha vontade de ir além-fronteiras. Quanto ao destino, o Brasil, só foi definido quando conheceu Dom Helder Câmara (todos por aqui conhecem Dom Helder) e seu engajamento por um mundo mais humano, com menos desigualdades. Foi o próprio D. Helder quem lhe teria feito o convite de exercer seu ministério em terras brasileiras.

Gabriel anunciou para sua mãe, Dona Genéviève, seu desejo de ir para o Brasil. Dona Genéviève se sentia bem adoentada e pediu ao filho que esperasse que ela morresse antes. Gaby, amavelmente, lhe respondeu "Mamãe, você não tem pressa de morrer, mas eu tenho pressa de partir".

Photos Elisabeth, Marie-Jo
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Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

 

"… mais j'ai hâte de partir"

 

Mercredi 13 janvier 2016

 

Nous avons dormi à Saint-Claude : nous avions encore un programme à réaliser là : …touristique…engagé.

La clarté du matin nous a montré la neige au sommet des montagnes …tout près.

 

Petit-déjeuner avec Élisabeth et Maryse ; et nous nous préparons à aller à la rencontre de la neige. Marie-Josèphe Hugon – ou simplement Marie-Jo – (une des Amis de Gaby qui était à la soirée de la veille) nous accompagnera dans cette aventure.

Pour les Brésiliens du milieu populaire, voir tomber la neige, voir des paysages complètement recouverts de dix cm de neige, toucher la neige, jouer dans la neige, est toujours un événement. Et c'en fut un.

Nous nous arrêtons au plus haut de la montagne, là où un chalet nous recevra – le chalet de Geneviève, sœur de Marie-Jo, dans un lieu super bucolique appelé Septmoncel.

 

En redescendant (vers les onze heures) nous nous dirigeons vers une Association qui travaille avec des enfants et adultes porteurs de handicaps mentaux. Le bâtiment que nous avons visité était celui des adultes. Ceux-ci, qui nous ont paru bien adaptés à ce qu'ils font, ils travaillent dans une usine qui appartient à l'association, chacun ayant une tâche bien définie. (Travaux de tabletterie, petite menuiserie, jouets. Commercialisation de composteurs de déchets organiques. Sous-traitance : cordons de lunettes, ensachage, etc…) Cela nous a impressionnés. Ils reçoivent un salaire pour ce travail. Le travail leur permet de s'intégrer à la société et de se sentir utiles et respectés.

Nous déjeunons là aussi, dans un restaurant où une dizaine d'entre eux travaillent.

 

Un petit passage à la Maison du Peuple ; et à la Cathédrale, qui rassemble des pièces d'art bien spéciales.

Saint-Claude est réputée pour être le pays de la pipe et aussi du diamant. Le soir, nous visitons un musée qui réunit ces deux traditions.

 

Saint-Claude est aussi là où Gaby a été prêtre pendant près de huit ans, de 1972 à 1980 (Il est arrivé au Brésil en août 1980). C'est dans cette ville qu'il a développé le MPCDM avec un groupe de fidèles. Même depuis le Brésil, Gabriel a maintenu avec ce groupe une étroite relation de communion entre eux et avec le monde. Plus il s'engageait, plus il avait la volonté de passer les frontières. Quant à sa destination, le Brésil, il en a seulement décidé quand il a connu Dom Helder Câmara (tous ici connaissent Dom Helder) et son engagement pour un monde plus humain, avec moins d'inégalités. C'est Dom Helder lui-même qui l'aurait invité à exercer son ministère en terre brésilienne.

Gabriel a annoncé à sa maman, Geneviève, son désir de partir pour le Brésil. Geneviève se sentait bien malade et a demandé à son fils d'attendre sa mort auparavant. Gaby, délicatement, lui a répondu « Maman, tu n'es pas pressée de mourir, mais moi je suis pressé de partir ».

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14 février 2016 7 14 /02 /février /2016 17:00
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"Vocês me trouxeram de volta o Gaby"

(Ainda) Terça, 12 de janeiro de 2016

 

De Lons le Saunier fomos para Saint-Claude (cerca de 1h30 de viagem), onde chegamos às 18h30 para nosso segundo compromisso. Primeiramente nos dirigimos para o apartamento de Eliane (quem nos recebeu foi Maryse, sua irmã) para deixar nossa bagagem, jantar brevemente, e partir para o encontro.

Saint-Claude é uma região ainda mais fria. O vento passa como que arranhando nossas faces. O encontro seria numa sala anexa à igreja para pessoas que conheceram Gabriel e talvez faziam parte do MPDCM de Saint-Claude.

Eu esperava umas 12 pessoas; chegaram entre 35 e 40. Antes de começar concedemos entrevista para um jornal local. Rachel veio especialmente para estar conosco. Veio de carro da divisa com a Suíça, cerca de 40 minutos dali. Que pessoa especial!

Elisabeth... Ah, Elisabeth... preparou três excelentes apresentações em power-point para nos ajudar a ilustrar nossas falas. A primeira continha fotos de Vitória e Cariacica; cenas da Associação Gabriel Maire; do bairro que leva seu nome; da escola e da APAE de Campo Grande, que também tem o nome do Gabriel; do grupo do 23; do grupo Ecos de Gaby. A segunda trazia o trabalho desenvolvido no Centro Nova Geração, projeto que coordeno há 10 anos em Nova Rosa da Penha e que ela e Rachel conheceram quando estiveram recentemente no Brasil e que muito lhes marcou. A terceira trazia fotos e filmes relacionados ao 25º aniversário do assassinato.

Nossa fala foi se somando a tudo isso em vista das expectativas das pessoas que ali vieram (vale lembrar que os franceses apreciam muito participar de "soirés" - encontros ao final do dia destinados a conferências, apresentações de algum estudo, debate, etc). entre eles, um padre e um ex-padre, ambos muito tocados por estarem ali. Um deles nos disse: vocês me trouxeram de volta o Gaby. Parecia longe, mas agora o vejo tão perto!

 

Diário de Viagem - Journal de voyage #8
Diário de Viagem - Journal de voyage #8
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Cleunice, Dárcio et Jovanir

Onze jours sur les pas de Gaby, en France

Par Jovanir

« Vous m'avez ramené Gaby »

 

Mardi (encore) 12 janvier 2016

 

De Lons le Saunier nous sommes allés à Saint-Claude (environ 1h00 de route) ; nous y sommes arrivés à 18h30 pour notre deuxième rendez-vous. Tout d'abord nous nous dirigeons vers l’appartement d’Éliane (c'est Maryse, sa sœur, qui nous reçoit) pour y laisser nos bagages, prendre un bref repas et partir pour la rencontre.

Saint-Claude est une région encore plus froide. Le vent passe comme en raclant nos visages. La rencontre allait être dans une salle annexe de l'église, pour les personnes qui ont connu Gabriel et ont peut-être fait partie du MPCDM de Saint-Claude.

J'attendais environ douze personnes ; il en est arrivé entre trente-cinq et quarante. Avant de commencer nous accordons une interview à un journal local. Rachel est venue spécialement pour être avec nous. Elle est venue en voiture depuis la frontière suisse, à environ quarante minutes d'ici, malgré la neige. Quelle personne extraordinaire !

Élisabeth…Ah, Élisabeth…avait préparé trois excellentes présentations en power-point pour nous aider à illustrer notre exposé. La première comportait des  photos de Vitória et Cariacica ; certaines prises dans les locaux de l'Association Padre Gabriel ; du quartier qui porte son nom ; de l'école et de l'APAE (Association de Parents d'Enfants Exceptionnels de Campo Grande, qui porte aussi le nom de Gabriel ; du groupe du 23 ; du groupe des Échos de Gaby. La seconde rendait compte du travail entrepris  au Centre Nouvelle Génération, projet que je coordonne depuis dix ans à Nova Rosa da Penha et que Élisabeth et Rachel ont connu quand elles sont venues récemment au Brésil et qui les a beaucoup marquées. La troisième montrait des photos et des films en rapport avec le vingt-cinquième anniversaire de l'assassinat.

Notre exposé comportait tout cela vu les attentes des personnes qui étaient venues là (il faut se souvenir que les Français apprécient beaucoup les « soirées » - rencontres en fin de journée, conférences, présentation d'une recherche, débat, etc.). parmi les personnes présentes, un prêtre et un ex-prêtre, tous deux très touchés de se trouver là. L'un d'eux nous a dit : « Vous m'avez ramené Gaby. Il me paraissait loin, mais maintenant je le vois de si près ! »

 

NOTE :Au Brésil, les enfants dits "inadaptés" en France sont dits Exceptionnels au Brésil. Fort Intéressant !

 

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13 février 2016 6 13 /02 /février /2016 21:19

Artigo da conselheira Verônica Bezerra:

É tempo de colher tâmaras

11 de Fevereiro de 2016

 

Foi anunciada a criação, pelo Governo do Estado, da Secretaria de Direitos Humanos do Espírito Santo. 

Um provérbio árabe diz que quem planta tâmaras, não colhe tâmaras. Isso porque antigamente as tamareiras demoravam até um século para dar seus primeiros frutos. 

Conta a lenda que um senhor de idade avançada plantava tâmaras no deserto, quando um jovem lhe perguntou o porquê de ele perder tempo cultivando algo de que ele não desfrutaria. O senhor, calmo, respondeu: Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras. 

Essa resposta nos ensina que devemos construir ações que possam servir para todos, e para o futuro. 

O anúncio dado pelo Governo abre caminho para a efetivação das políticas públicas de direitos humanos, e nos aproxima de uma realidade que – embora desafiadora – é a desejada. Oxalá sua estrutura seja alicerçada no Programa Estadual de Direitos Humanos e do Plano de Educação Estadual de Direitos Humanos. 

Efetivar políticas públicas de direitos humanos é um desafio. Ainda vivemos violações de direitos das mais diversas. Ainda temos que secar lágrimas e ouvir soluços de vítimas de tortura. Ainda temos que recorrer aos tribunais internacionais para garantir os direitos mais elementares. Por isso, ainda temos que repisar o óbvio, declarado em 1948 pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e positivado pela Constituição Federal. 

O despontar da Secretaria a que referimos nos indica que tudo valeu e vale a pena, e para enfrentar a violação de direitos precisamos de resistência e diálogo. 

Em sendo assim, agradecemos a Pe. Gabriel Maire; Valdício Barbosa dos Santos; Ewerton Montenegro Guimaraes; João Batista Herkenhoff; Pe. Saverio Paollilo; Isabel Borges; Isaias Santana da Rocha; Ana Maria Caracoche; Hugo Cesar Guangirole; Pedro José Bussinger e a outros tantos, por terem plantado as tâmaras que nós continuaremos a tratar com carinho !

 

in OAB ES

Secretaria de Direitos Humanos do Espírito Santo

Article de la conseillère Verônica Bezerra :  11 février 2016

Il est temps de cueillir les dattes

 

On a annoncé que le gouvernement de l'Etat de l'Espirito Santo a créé un secrétariat des Droits de l'Homme.

Un proverbe arabe dit que celui qui plante des palmiers- dattiers n'en cueille pas les dattes. Parce que, autrefois, ces arbres mettaient jusqu'à un siècle avant de donner leurs premiers fruits.

Une légende raconte qu'un homme d'un âge avancé plantait des dattes dans le désert, quand un jeune lui a demandé pourquoi il perdait son temps à cultiver quelque chose qu'il ne récolterait pas. L'homme, calmement, lui a répondu : Si tous pensaient comme toi, personne ne cueillerait de dattes.

Cette réponse nous enseigne que nous devons mettre en route des actions qui puissent servir à tous, et pour l'avenir.

L'annonce faite par le gouvernement ouvre une voie pour que les politiques publiques des droits de l'homme soient effectivement réalisées ; elle nous rapproche d'une réalité qui – bien que ce soit un défi – est celle que nous désirons. Dieu veuille que cette structure ait pour fondement dans l'Espirito Santo le Programme d'Etat des Droits de l'Homme et son Plan d'Education.

Concrétiser les politiques publiques est un défi. Des violations de droits de toutes sortes subsistent. Il nous faut encore sécher des larmes et entendre les sanglots des victimes de torture. Il nous faut encore recourir aux tribunaux internationaux pour garantir les droits les plus élémentaires. Il nous faut à cet effet réaffirmer les évidences énoncées en 1948 dans la Déclaration Universelle des Droits de l'Homme  et qui ont été explicitées par la Constitution Fédérale.

La création du Secrétariat auquel nous nous référons démontre que tout ce qui a été  fait a valu et vaut la peine, et pour affronter les violations de droit, nous avons besoin de résister et de dialoguer.

En l'occurrence, nous remercions le Père Gabriel Maire ; Valdício Barbosa dos Santos ; Ewerton Montenegro Guimaraes ; João Batista Herkenhoff ; Pe. Saverio Paollilo ; Isabel Borges ; Isaias Santana da Rocha ; Ana Maria Caracoche ; Hugo Cesar Guangirole ; Pedro José Bussinger et tant d'autres, d'avoir planté les dattiers que nous continuerons à soigner avec amour !

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12 février 2016 5 12 /02 /février /2016 20:25
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

Encontros Insólitos

Terça, 12 de janeiro de 2016

Nesta manhã ficamos em casa. Nossos compromissos seriam à tarde e à noite. Blandine, a quarta filha de Elisabeth e Jacques, veio almoçar conosco. Foi muito simpático de sua parte, uma vez que sentia fortes dores na coluna desde o natal passado.

Nosso primeiro compromisso foi na cidade de Lons le Saunier. Importante para o nosso roteiro por ser onde Gabriel fez seus estudos de Teologia e conheceu padres que muito lhe influenciaram no olhar voltado para os mais necessitados. Gabriel conheceu aqui, por exemplo, o modo de agir dos "padres operários", aqueles que exerciam seu ministério no meio operário, sendo um deles, seja na metalurgia ou numa das fábricas diversas. Vale, porém, lembrar que desde antes do seminário ele já desejava exercer seu ministério no sentido de amenizar a dor dos mais sofridos do povo.

Nossa tarefa em Lons era conceder uma entrevista à RCF - Rádio Cristã da França. Eu e Cléo estávamos bem tensos. Dárcio demonstrava maior segurança (Dárcio foi muito bem no dia anterior quando falou na Abadia de Acey sobre a atuação de Gabriel em Cariacica e os motivos que o teriam levado ao assassinato).

Para minha surpresa - pois eu ainda não tinha entendido que seria assim - a RCF funciona onde exatamente no antigo seminário onde estudou Gaby, Lulu e companheiros.

 

Na ante-sala do estúdio fomos recebidos por Nicole, uma jovem senhora, talvez uns 55 anos, que de um jeito todo próprio nos foi envolvendo mansamente, agradavelmente e - sem que sequer uma vez pedisse de nós que ficássemos tranqüilos - a tranqüilidade e segurança foi chegando sem que as percebêssemos.

Por meio de um bate-papo inicial ela foi projetando a entrevista. Claro que Elisabeth colaborou muito nesse seu projeto.

Hora de entrar no estúdio. Sabíamos que seriam somente 12 minutos de duração. Foi só quando a porta se fechou que nos demos conta de que seriam 3 etapas de doze minutos cada. Nos entreolhamos, sorrimos, e seguimos. E olha que não foi preciso fazer nenhuma parada ao longo de cada etapa. Seguimos direto, sem nos atrapalhar.

 

Os primeiros 12 minutos foram dedicados a nos apresentarmos e dizer como conhecemos Gabriel; abordamos também um pouco sobre sua maneira de ser junto ao povo.

Na segunda etapa aprofundamos mais sobre as ações de Gabriel no Brasil, de como ele nos ensinava a contemplar Deus em nossa vida e o que Deus quer de nós, de como ele nos dava oportunidades de encontrarmos nós mesmos soluções para os nossos problemas (sociais, políticos,...) por meio do método Ver, Julgar e Agir.

O terceiro momento foi o de mostrar os frutos a partir do que vivemos e aprendemos com Gabriel. Falamos da existência da Associação Padre Gabriel em Defesa da Vida (Porto de Santana), do "Grupo do 23", do grupo "Ecos de Gaby" que publicou o livro pela passagem do 25º ano do assassinato ("Prefiro morrer pela vida a viver pela morte") e que pretende publicar as 26 longas cartas que  Gaby escreveu para os amigos da França, e falamos do MPCDM (Movimento Popular dos Cidadãos do Mundo) que acaba de nascer (agosto de 2015) também em Cariacica. Ao final disso tudo, Nicole fez um desabafo que nos impressionou, sendo bastante direta ao exigir das autoridades eclesiais locais que também eles devessem realizar algo que trouxesse à tona a memória desse jurassiano (quem nasceu no Jura) que tanto fez, que foi assassinado em nome da justiça social, e que sua voz continua a ser ouvida e interpelando realidades. Encerrando essa entrevista, cantamos e traduzimos o refrão do canto "Profeta Gabriel". Deixamos de presente um CD da Raquel Passos para a RCF.

 

Foi tudo tão forte e um tanto surpreendente - além do fato de que nem sempre nosso francês não era exatamente o bom francês - que perguntamos se ela não gostaria de regravar alguma parte. Respondeu-nos entusiasmada sobre o quanto esta entrevista teve tudo a ver com o nome e o jeito de ser de seu programa. Qual nome? "Encontros Insólitos". Rimos juntos e dissemos: Tudo a ver.

 

Diário de Viagem - Journal de voyage #7
Diário de Viagem - Journal de voyage #7
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Cleunice, Dárcio et Jovanir

 

Onze jours sur les pas de Gaby, en France

Par Jovanir

Rencontres insolites

 

Mardi 12 janvier 2016

 

Ce matin nous sommes restés à la maison. Nos rendez-vous allaient être l'après-midi et le soir. Blandine, la quatrième fille d’Élisabeth et Jacques, est venue déjeuner avec nous. Ça a été très sympathique de sa part, car elle ressentait de fortes douleurs dans la colonne vertébrale depuis Noël dernier.

Notre premier rendez-vous a été dans la ville de Lons le Saunier. Point important  de notre parcours car c'est là que Gabriel a fait ses études de théologie et a connu des prêtres qui l'ont beaucoup marqué en orientant son regard vers les plus démunis.  Gabriel a connu ici par exemple la manière d'agir des « prêtres-ouvriers », ceux qui exerçaient leur ministère en milieu ouvrier, en étant l'un d'eux, soit dans la métallurgie, soit dans diverses autres usines. Il est important cependant, de rappeler que, dès avant le séminaire, il désirait tenter de diminuer les souffrances des populations les plus pauvres en exerçant son  ministère .

Notre tâche à Lons était d'accorder une entrevue à RCF - Radio Chrétienne de France – Moi et Cléu étions très tendus. Dárcio apparaissait plus sûr de lui (Dárcio s'en était bien tiré la veille quand, à l'Abbaye d'Acey, il avait parlé du travail de Gabriel à Cariacica et des motifs qui auraient conduit à son assassinat.)

A ma grande surprise – car je n'avais jamais compris qu'il en serait ainsi – RCF fonctionne sur l'emplacement exact de l'ancien séminaire où avaient étudié Gaby, Lulu et leurs camarades.

 

Dans l'anti-chambre du studio nous avons été reçus par Nicole, une dame encore jeune, de quelque cinquante-cinq ans qui, de sa manière bien à elle, a pris soin de nous calmement, agréablement, sans que, même une seule fois, elle nous ait demandé de nous tenir tranquilles – la tranquillité et la sécurité s'étant installées sans que nous nous en apercevions.

C'est en commençant par un échange détendu qu'elle a préparé l'interview. Il est évident qu’Élisabeth avait beaucoup collaboré à son projet.

Il est l'heure d'entrer dans le studio. Nous savions que cela ne durerait que douze minutes. C'est seulement quand la porte s'est refermée que nous nous sommes rendus compte qu'il s'agissait de trois phases de douze minutes chacune. Nous nous regardons, sourions, et poursuivons. Et notez qu'il n'y a eu besoin d'aucune interruption au cours de chaque étape. Nous avons poursuivi directement, sans nous troubler.

 

Les premières douze minutes ont été consacrées à notre présentation et pour dire comment nous avions connu Gabriel ; nous avons aussi un peu parlé de sa manière de vivre avec le peuple.

A la seconde étape nous avons approfondi les initiatives de Gabriel au Brésil, comment il nous apprenait à contempler Dieu dans notre vie, ce que Dieu attend de nous, comment il nous donnait des occasions de trouver nous-mêmes des solutions à nos problèmes (sociaux, politiques,...) par la méthode Voir, Juger et Agir.

Pendant le troisième moment nous en avons montré les fruits à partir de ce que nous avons vécu et appris avec Gabriel. Nous avons parlé de l'existence de l'Association Padre Gabriel pour la Défense de la Vie (Porto de Santana), du « Groupe du 23 », du groupe « Echos de Gaby » qui a publié le livre « J'aime mieux mourir pour la Vie que Vivre pour la Mort » au moment du vingt-cinquième anniversaire de l'assassinat ; ce groupe va aussi publier les vingt-six longues lettres que Gaby a écrites à ses amis français. Nous avons parlé du MPCDM (Mouvement Populaire des Citoyens du Monde) qui vient de voir le jour en août 2015, lui aussi à Cariacica. Au final, Nicole  nous a impressionnés en affirmant, d'une façon assez directe, qu'il fallait exiger des autorités ecclésiastiques  locales qu'elles fassent quelque chose pour rappeler la mémoire de ce Jurassien (qui est né dans le Jura) : lui qui a tant fait pour la justice sociale qu'il a été assassiné à ce titre et que sa voix est toujours actuelle quand elle interpelle les réalités du monde. Pour clore cet  entretien, nous chantons et traduisons le refrain du chant « Profeta Gabriel ». Nous laissons en cadeau pour RCF un CD de Raquel Passos.

 

Tout ceci a été un moment très fort et si surprenant - en plus du fait que notre français n'était pas toujours exactement un bon français – que nous lui avons demandé si elle n'aimerait pas réenregistrer l'une ou l'autre partie. Elle nous a répondu avec enthousiasme combien cet entretien répondait au nom et au style de son émission. Quel nom ? : « Rencontres insolites » Nous nous sommes mis à rire tous ensemble : Il y répond parfaitement.

 

Les liens pour écouter les émissions de radio enregistrées :

La première ici ! Clic !

La deuxième là.... Clac !

Et la troisième...

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11 février 2016 4 11 /02 /février /2016 17:48
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

Com os asnos de Lulu

Segunda, 11 de janeiro de 2016

 

Que dia maravilhoso ao lado de pessoas tão especiais! Hoje vivemos uma muito gostosa experiência. Saímos de casa por volta das 9h; dirigimo-nos a Saligney (casa de Dominique e Josette LAVRY) ao encontro de Lulu, alguns de seus amigos, e seus dois asnos: Rameaux e Gamin (Rameaux quer dizer Ramos - como o burrinho que conduziu Jesus no Domingo de Ramos; quanto a Gamin acho que podemos traduzir para Guri, ou Piá, ou Moleque, algo assim) para uma caminhada até a Abadia de Acey. Quem nos levou ao seu encontro foi Elisabeth, mas Joelle também estava lá conosco, serelepe como na antevéspera.

 

Lulu é padre, mas seu ministério é vivido de maneira bem especial: caminha com seus asnos. Ficou famoso na França e outros países quando resolveu que faria uma viagem a pé para Belém ao lado do asno Isidore. Levou meses e meses nessa aventura de fé, de partilha, de abertura à cultura do outro, de riscos pelo caminho, de surpresas indescritíveis. Eu soube que seu jeito de viver o ministério faz com que muitos padres lhe virem a cara (não me surpreende; já era de se esperar); e que é querido por todos que encontra pelo caminho: fiéis e não fiéis (não me surpreende; já era de se esperar).

 

Tem duas  particularidades nesse nosso encontro com Lulu: Ele, ao saber de nossa vinda, provocou essa caminhada com os asnos e amigos: É sua maneira de dizer o quanto alguém lhe é querido. Lulu soube de nossa vinda ao Jura para andar por caminhos de Gaby. Lulu conheceu Gaby; foi seu colega de Seminário; eram muito próximos; seus ideais se conectavam, Gaby era também um defensor dele pois Lulu sofria gozação (bullying) dos colegas e era Gaby quem intervinha em seu favor. Quanto sofreu com o assassinato do amado companheiro de caminhada! Lulu chorou hoje ao falar de Gaby, ao ouvir sobre Gaby, e quebra nossas resistências aflorando também nossas emoções.

 

Lulu convocou alguns amigos mais próximos para estarem conosco e andarmos 5km com seus asnos até a Abadia de Acey. E é aí que vem mais uma particularidade deste encontro: Gabriel admirava muito a vida monástica, vinha com freqüência a esta mesma Abadia, e soubemos, na véspera, por Marie Thérèse, sua irmã, que foi aqui que ele teria tomado sua decisão de partir em missão (sem ainda saber para onde; sem ainda saber que seria para o Brasil, para o Estado do Espírito Santo, para Cariacica).

 

Tomamos a estrada. Lulu é como Gaby: um articulador. Num instante fez com que todos estivessem à vontade, e misturados, e conversando, e se conhecendo. Logo colocou Cléu e Elisabeth na charrete puxada por Rameaux. Rameaux tinha a condução do amável Gilbert; Gamin estava à frente de tudo, tendo ao seu lado o contemplativo e dedicado François. Lulu me colocou próximo a Rameaux e Gilbert, que descobri ter sido piloto de boeing. Também vieram Beatriz (chefe de escoteiros), Caroline (uma jovem que se fez batizar após conhecer a experiência de Lulu) e mais outros que vão me perdoar por lhes ter esquecido o nome. Dárcio ficou extremamente feliz, indo de um lado para o outro, para frente e para trás, registrando tudo com seu celular; como dizemos no Brasil: parecia um pinto na chuva. E ela, a chuva, também veio; acompanhou-nos por cerca de 1 km e meio; foi mais uma companheira no caminho. O sol também deu as caras, e chegamos à Abadia secos e felizes.

 

Chegamos à hora do ofício do meio-dia. Rezamos e cantamos com o monges (cerca de 15 deles). E eles nos surpreenderam rezando pelos Amigos de Gaby e pela Igreja do Brasil.

Lulu - tal como Gabriel faria - tomou de súbito a palavra e, nos surpreendendo, pediu aos três brasileiros que encerassem o momento celebrativo com o canto "Profeta Gabriel", cuja letra é de Helder Salomão. Os monges acolheram a proposta com um sorriso de quem já conhece o jeito de ser do Lulu. Obedecemos, cantando o refrão:

"Profeta Gabriel, sua luta não foi em vão,

seu sangue é semente de vida, e virá o dia da libertação".

 

Entre o frio e vento intensos, nos dirigimos para a casa de Joelle, onde seu marido Serge nos aguardava, e ainda Paul e padre Gabriel. Isso mesmo! Para nossa surpresa o pároco do lugar era um Congolês chamado Gabriel, e veio conosco participar dessa refeição festiva. Éramos 15 à mesa. Joelle e Serge deram um jeito de tudo ficar especial. Prepararam um almoço que - não fosse o fato de que tínhamos compromisso às 16h -  certamente duraria até o anoitecer.

 

Da casa de Joelle e Serge voltamos de carro para a Abadia de Acey; os monges nos aguardavam: queriam também um encontro com os amigos de Gaby. Estava também lá Marie Thérèse e Frédéric. Apresentamo-nos para os monges respondendo-lhes perguntas tais como "Como conhecemos Gabriel? e como vivemos hoje os frutos dessa relação?" A resposta a essa segunda pergunta provocava no grupo admiração, respeito, entusiasmo.

 

Quando o abade perguntou pelo processo (julgamento dos assassinos, investigação acerca dos mandantes do assassinato), a irmã de Gabriel tomou a palavra mostrando-se contrária a algumas posições do grupo amigos de Gaby. Evidente que isso causou certo desconforto. ela tem suas razões, bem embasadas, justas até, segundo seu ponto de vista; e o grupo "Les Amis de Gaby" também tem suas razões para continuar dando passos evidentes em vista do andamento do processo, razões também justas. Lulu, sabiamente, soube contornar o desconforto.

Um breve cafezinho com alguns quitutes foi servido pelos monges. Já era noite quando nos despedimos.

 

Photos de Jovanir Cleu Darcio et Elisabeth
Photos de Jovanir Cleu Darcio et Elisabeth
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Photos de Jovanir Cleu Darcio et Elisabeth
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Cleunice, Dárcio et Jovanir

 

Onze jours sur les pas de Gaby, en France

Par Jovanir

 

Avec les ânes de Lulu

 

Lundi 11 janvier 2016

 

Quelle journée merveilleuse en présence de personnes si  particulières. Nous vivons aujourd'hui une expérience très agréable. Nous quittons la maison vers neuf heures et nous nous dirigeons vers Saligney, chez Dominique et Josette Lavry, à la rencontre de Lulu, de quelques uns de ses amis, et de ses deux ânes : Rameaux et Gamin (Rameaux signifie Ramos, (...) comme l'ânon que chevauchait Jésus le dimanche des Rameaux ; pour une balade jusqu'à l'abbaye d'Acey. C'est Élisabeth qui nous a conduits jusqu'à ce lieu de rencontre , mais Joëlle était elle aussi avec nous, très gracieuse comme l'avant-veille.

 

Lulu est prêtre, mais il vit son ministère d'une manière bien à lui : il chemine avec ses ânes. Il est devenu célèbre en France et ailleurs quand il a entrepris un voyage à pied jusqu'à Bethléem avec son âne Isidore. Ce sont des mois et des mois qu'a duré cette aventure de foi, de partage, d'ouverture à la culture de l'autre, de dangers en chemin, de surprises indescriptibles. J'ai appris que la manière de vivre son ministère avait fait se détourner de lui beaucoup de prêtres (cela ne me surprend pas, il fallait s'y attendre) ; j'ai appris aussi qu'il est aimé de tous ceux qu'il rencontre en chemin : croyants et incroyants (cela ne me surprend pas non plus, il fallait s'y attendre).

 

Il y a deux particularités dans notre rencontre avec Lulu : Lui, apprenant notre venue, a décidé de faire cette marche avec les ânes et les amis. C'est sa manière à lui de dire combien quelque chose lui est cher. Lulu a appris notre venue dans le Jura pour marcher sur les chemins de Gaby. Lulu connaissait Gaby ; il était avec lui au séminaire ; ils étaient très proches l'un de l'autre ; ils avaient un idéal commun, Gaby était aussi son défenseur quand leurs copains se moquaient de Lulu, il intervenait alors en sa faveur. Combien il a souffert de l'assassinat du compagnon tant aimé avec qui il avait cheminé ! Lulu a pleuré aujourd'hui en parlant de Gaby, en entendant parler de Gaby, et il  brise nos résistances en laissant affleurer aussi nos émotions à nous.

 

Lulu avait convié quelques amis parmi les plus proches à nous accompagner et à marcher sur cinq km avec ses ânes jusqu'à l'abbaye d'Acey .Et c'est là qu'intervient  une autre particularité de cette rencontre : Gabriel admirait beaucoup la vie monastique, il venait fréquemment dans cette même abbaye, et nous avons appris, le soir même, par Marie Thérèse, sa sœur, que c'est ici qu'il aurait pris sa décision de partir en mission (sans encore savoir où ; sans encore savoir que ce serait pour  le Brésil, pour l’État de l'Espírito Santo, pour Cariacica).

 

Nous prenons la route. Lulu est comme Gaby : il sait créer des liens. D'emblée, il a fait en sorte que tous se sentent à l'aise, qu'ils se mêlent les uns aux autres, conversant et faisant connaissance. Bientôt il a installé Cléu et Élisabeth dans la charrette tirée par Rameaux. Rameaux était guidé par l'aimable Gilbert ; Gamin était tout en avant, aux côtés de  François absorbé dans sa méditation. Lulu m'a rapproché de Rameaux et de Gilbert, j'ai découvert que celui-ci avait été pilote de Boeing. Béatrice était venue aussi (cheftaine scoute), Caroline, une jeune femme qui s'est fait baptiser après avoir eu connaissance de l'expérience de Lulu et d'autres encore qui me pardonneront d'avoir oublié leur nom. Dárcio était extrêmement heureux, allant de droite à gauche, d'avant en arrière, enregistrant tout dans son téléphone ; comme nous disons au Brésil : comme un canard sous la pluie ; (nous en France nous disons : comme un poisson dans l'eau) ; Elle est venue, elle  aussi, la pluie ; elle nous a accompagné sur environ un km et demi ; c'était une compagne de plus sur le chemin. Le soleil, également s'est montré, et nous sommes arrivés à l'Abbaye, secs et heureux.

 

Nous arrivons à l'heure de l'office de midi. Nous prions et chantons avec les moines (une quinzaine). Et ils nous ont surpris en priant pour les Amis de Gaby et pour l’Église du Brésil.

Lulu - tout comme Gabriel aurait fait – a pris tout de suite la parole et, à notre grande surprise, a demandé aux trois Brésiliens de clore ce moment de célébration en entonnant « Profeta Gabriel », dont les paroles sont de Helder Salomão* (un ami de Gaby qui fut ensuite maire de Cariacica, aujourd'hui député fédéral). Les moines ont accueilli cette proposition avec le sourire de qui connaît bien la façon d'être de Lulu. Nous acquiésçons, en chantant le refrain :

« Prophète Gabriel, ta lutte n'a pas été vaine,

Ton sang est semence de vie, et le jour viendra de la libération »

 

Dans le vent et le froid intense, nous nous sommes dirigés vers la maison de Joëlle où son mari Serge nous attendait, ainsi que Paul et le Père Gabriel. Oui vraiment ! A notre grande surprise le curé de cette paroisse était un Congolais du nom de Gabriel, et il venait partager avec nous ce repas festif. Nous étions quinze convives. Joëlle et Serge avaient fait en sorte que tout soit « spécial ». Ils avaient préparé un déjeuner qui - n'était-ce le fait que nous avions un rendez-vous à seize heures – durerait certainement jusqu'à la tombée de la nuit.

 

De la maison de Joëlle et Serge nous retournons à l'Abbaye, en voiture ; les moines nous attendaient ; ils voulaient aussi rencontrer les Amis de Gaby Maire. Marie-Thérèse était là aussi avec Frédérique. Nous nous sommes présentés aux moines en répondant à leurs questions telles que celles-ci : « Comment avez-vous connu Gabriel ? Et comment vivez-vous aujourd'hui les fruits de cette relation ? » La réponse à cette seconde question suscitait dans le groupe étonnement, respect et enthousiasme.

 

Quand le Père Abbé a  posé des questions à propos du procès (jugement des assassins, enquête sur les commanditaires), la sœur de Gabriel a pris la parole, montrant son désaccord avec certaines positions du groupe des Amis de Gaby. Il est évident que cela a créé une certaine gêne, elle a ses raisons, bien fondées, et même justes, selon son point de vue ; et le groupe des Amis de Gaby a aussi ses raisons de continuer, par des démarches qui s'imposent, à faire avancer le  procès, raisons justes elles aussi. Lulu, avec sagesse, a su contourner cette gêne.

Lors d'une courte pause-café, les moines nous ont servi quelques gâteaux. Il faisait déjà nuit quand nous avons fait nos adieux.

 

Helder Salomão* est un ami de Gaby. Il a écrit ce chant juste après l'assassinat de Gaby.

Helder a été maire de Cariacica, aujourd'hui il est député fédéral

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10 février 2016 3 10 /02 /février /2016 18:00
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"Minha vida foi dada quando eu parti"

Domingo, 10 de janeiro de 2016

Elisabeth, Jacques e Rachel conseguiram fazer com que nos sentíssemos à vontade desde a véspera. O café da manhã foi também um momento de boas relações e bem-estar.

Por volta das 10h30  Lucien, um conhecido da família MAIRE, veio nos buscar para nos encontrarmos com Marie Thérèse MAIRE, irmã de Gabriel  (por aqui todos o chamavam Gaby).

O encontro seria numa igreja, para a missa das 11h. Tão logo chegamos, o Dárcio já havia reconhecido Marie Thérèse e já se cumprimentavam afetuosamente. Com ela também estava uma outra amiga, Frédérique.

A missa logo começou. Era festa do Batismo do Senhor. Eu olhava cada detalhe da igreja sabendo que Gabriel já havia passado por ali; era como se tudo trouxesse Gabriel à lembrança; inclusive um dos textos bíblicos desse dia, que dizia "levante a voz, não tenha medo".

 

Saímos dali em direção à casa de MThérèse, em Port-Lesney - terra da família de Gabriel -. Lucien e Frédérique agora faziam parte do grupo deste dia. No caminho, uma parada no cemitério da sepultura do Gabriel. Silêncio. Indescritível a sensação de estar nesse lugar. Novamente a impressão de que não se passou tanto tempo assim (26 anos). Vivemos ali um grande silêncio, um lamento profundo, oração, saudades, comunhão com todos os que o conheceram, lágrimas...

Do cemitério fomos para a igreja onde o corpo de Gabriel foi velado mediante uma missa que reuniu grande número de amigos. Um lugar especial desta igreja traz na parede uma faixa do dia da caminhada que realizamos em Vitória um ano depois do assassinato, e também cartazes e notícias de jornais sobre o fato. Tudo como se tivesse sido há poucos dias. A faixa trazia a frase "Se calarem a voz dos profetas, as pedras gritarão. Obrigado Padre Gabriel por nunca se calar".

 

Dessa igreja passamos numa capela, no alto de uma colina, onde Gaby realizou uma última missa para a família no ano de 1988, com um piquenique após a missa. Sua irmã nos diz que durante essa missa ele rezou por todos os que sofrem perseguição: padres, irmãs, sindicalistas, advogados... e que dão a sua vida pela causa do povo. Ao final da missa ela o teria interpelado dizendo que as palavras dele a deixavam muito preocupada uma vez que também ele era padre nessa situação de perseguição. Gabriel lhe respondeu: "Quanto a mim, minha vida foi dada quando parti".

 

Chegamos à casa de M. Thérèse onde recordações de Gabriel se espalham pelos móveis e paredes.  Tivemos ali um almoço festivo, que só foi acabar às 17h45 (os almoços aqui podem levar uma tarde inteira; e este foi um desses).

Presenteamos a irmã de Gaby com o livro que o grupo"Ecos de Gaby" - do qual fazemos parte eu, o Dárcio, Cleunice, Raquel, Penha Joana e Rogério - conseguiu publicar em ocasião do 25º aniversário do assassinato do Gabriel  (nome do livro: "Prefiro morrer pela Vida a Viver pela Morte") e um CD da Raquel Passos ("Seguir Sempre").

Voltamos para os LAMY conduzidos por Frédérique.

Diário de Viagem - Journal de voyage #5
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Ma vie, je l'ai donnée quand je suis parti.

 

Dimanche 10 janvier 2016

 

Élisabeth, Jacques et Rachel ont fait en sorte que nous nous sentions à l'aise dès la veille au soir. Le petit déjeuner a aussi été un moment où nous avons pu parler agréablement.

Vers 10h30 Lucien, une connaissance de la famille Maire, est venu nous chercher pour rencontrer Marie Thérèse Maire, sœur de Gabriel (ici, tout le monde l'appelle Gaby).

La rencontre allait être dans une église, pour la messe de 11h. A  peine étions-nous arrivés, que Dárcio avait déjà  reconnu Marie Thérèse et qu'ils se saluaient affectueusement. Avec elle il y avait aussi une autre amie, Frédérique.

La messe a bientôt commencé. C'était la fête du baptême de Jésus. Je regardais chaque détail de l'église, sachant que Gabriel était passé par là ; c'était comme si tout me ramenait au souvenir de Gabriel ; y compris l'un des textes bibliques du jour qui disait :« élevez la voix, n'ayez pas peur ».

 

Nous sommes sortis de l'église pour aller dans la maison de Marie-Thérèse , à Port-Lesney – terre de la famille de Gabriel. Lucien et Frédérique font maintenant partie  du groupe de ce jour. En chemin, un arrêt au cimetière, sur la tombe de Gabriel. Silence. Impossible de décrire ce que l'on ressent en ce lieu. De nouveau l'impression qu'il ne s 'est pas passé autant de temps  (vingt six ans). Nous vivons là un grand silence, une lamentation profonde, prière, nostalgie, communion avec tous ceux qui l'ont connu, larmes...

Du cimetière nous sommes allés à l'église où le corps de Gabriel a été veillé lors d'une messe qui a rassemblé un grand nombre d'amis. A un certain endroit  de l' église était suspendue au mur une banderole, celle de la  procession de Vitória, un an après l'assassinat, ainsi que des affiches et des coupures de journaux sur l'événement. On aurait dit que cela venait de se passer peu de jours auparavant. La banderole portait cette phrase : «Si la voix des prophètes se tait, les pierres crieront. Merci Père Gabriel, pour ne t'être jamais tu».

 

De cette église nous passons à une chapelle, en haut d'une colline, où Gaby avait célébré une dernière messe pour la famille en 1988, messe suivie d'un pique-nique. Sa sœur nous dit que pendant cette messe il avait prié pour tous ceux qui souffrent persécution : prêtres, religieuses, syndicalistes, avocats... et qui donnent leur vie pour la cause du peuple. A la fin de la messe elle l'avait interpellé en disant que ses paroles l'avaient laissée très préoccupée étant donné qu'il était prêtre  dans cette situation de persécution, Gabriel lui avait répondu : « Quant à moi, j'avais déjà donné ma vie quand je suis parti ».

 

Nous arrivons à la maison de Marie Thérèse où les souvenirs de Gabriel sont étalés sur les meubles et contre les murs. Nous avons eu là un repas festif qui s'est terminé seulement à 17h45 ( ici, les déjeuners peuvent durer un après-midi entier ; et ce fut le cas pour celui-là).

Nous avons offert à la sœur de Gaby le livre que le groupe « Échos de Gaby »- dont je fais partie avec Dárcio, Cleunice, Raquel, Penha, Joana et Rogério – a réussi à publier à l'occasion du vingt-cinquième  anniversaire de l'assassinat de Gabriel. (Titre du livre : « J'aime mieux mourir pour la Vie que Vivre pour la Mort ») ainsi qu'un CD de Raquel Passos (« Seguir Sempre »).

C'est Frédérique qui nous reconduit chez les Lamy.

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9 février 2016 2 09 /02 /février /2016 20:37
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

Na fraternidade de Taizé

Sábado, 09 de janeiro de 2016

 

Chegou a hora de deixar Lyon. Fomos todos para o encontro de Elisabeth Lamy e Rachel - sua filha -, onde a equipe de Lyon nos deixaria, e passaríamos ao grupo do Jura (Mont sous Vaudrey). Que felicidade ao saber que esse local de encontro seria a Fraternidade de Taizé.

Na viagem éramos eu, Dárcio, Cléu, pe. Colombe, Max, Françoise, Marielle e Irmã Raquel da comunidade N. Sra. das Dores.

No caminho deixamos Marielle em um encontro do grupo Pax Christi. O grupo estava para começar um encontro de estudos sobre a nova encíclica do papa Francisco com relação à defesa da natureza. Um assunto bastante atual e necessário.

Mas Taizé nos esperava.

 

Taizé é uma comunidade religiosa, tal como um mosteiro, que tem uma missão bem particular que é a de reunir pessoas de diferentes identidades cristãs (e até mesmo religiosas) num só lugar, vivendo juntos, rezando juntos. Essa experiência deu tão certo que por Taizé passam milhares de pessoas ao longo de cada ano, já há vários anos. O jeito de rezar, de cantar, de reunir os fiéis, de dinamizar os encontros de jovens, parece trazer somente benefícios a todos que dessa fraternidade se aproximam.

Conheci Taizé a partir da minha vida monástica (de 2000 a 2006) no Mosteiro da Anunciação, em Goiás Velho - GO. Primeiramente por meio dos cantos (refrões meditativos), segundo pela forma, terceiro por fotos e site internet, quarto pela própria experiência quando alguns de nós monges colaboramos na preparação de uma  jornada de Taizé na Cidade de Goiás.

 

Foi grande a alegria em reencontrar Rachel e Elisabeth. Junto com elas estava a elétrica Joelle. Que doce de pessoa! Um sotaque bem desafiador para nós; mas nada que não pudéssemos dar um jeitinho.

Depois de um tempo juntos fui caminhado sozinho. Quando percebi, estava diante da entrada da igreja. Pensei em voltar para me juntar aos outros. Faltava ainda meia hora para a oração do meio-dia. Entrei. Arrepiei-me ao ver praticamente a mesma decoração que vi há tantos anos por meio de fotos e sites. Fui entrando devagarinho; as velas estavam sendo acesas por alguns dos irmãos; ajoelhei-me à moda Taizé (um banquinho de cerca de 12 cm de altura, que permite estar ajoelhado sobre os pés sem comprometer a circulação sanguínea das pernas; algo bem particular). Admirando e maravilhando-me por estar ali, fui entrando em oração. Os sinos anunciaram que a oração teria início em poucos minutos. Os fiéis iam entrando silenciosa e contempletivamente; os monges foram entrando (cerca de 30) todos em hábito branco; o momento celebrativo começou. Era bom estar ali. Seria bom também compartilhar um pouco daquilo para mais gente; então gravei um trecho de canto via celular para postar em redes sociais (um aperitivo,  digamos).

Almoçamos em Taizé. Visitamos o túmulo do Irmão Roger. Quanta simplicidade! O silêncio toma conta daquele lugar onde seu corpo foi sepultado. Taizé ainda está muito marcada com a trágica morte desse que era o prior da comunidade.

 

De Taizé nos dirigimos para Cluny, uma impressionante abadia. Impressionante pelo seu tamanho e pela sua história. Não pudemos visitar o interior do que restou desta que foi uma das mais importantes abadias monásticas da cristandade. Cluny rendeu ao mundo alguns papas, muitos padres e não poucas outras abadias e mosteiros.

Um café num bom endereço ali perto marcou as despedidas do grupo, entre os que voltariam para Lyon e os que seguiriam para o Jura.

Despedidas feitas, fomos para Mont sous Vaudrey, para nos hospedarmos na casa dos LAMY (Elisabeth, Jacques e Rachel). Que simpatia o Jacques! Também estavam lá o Claude e a Brigitte - também "Amigos de Gaby". Após um jantar festivo, que terminou lá pelas 23h30, foi hora de dar um pouco de descanso ao corpo. 

 

Diário de Viagem - Journal de voyage #4
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Cleunice, Dárcio et Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

 

A la Fraternité de Taizé

Samedi 9 janvier 2016

 

L'heure est arrivée de quitter Lyon. Nous allions retrouver Elisabeth Lamy et Rachel - sa fille – là où l'équipe de Lyon nous laisserait, et nous passerions alors au groupe du Jura (Mont-sous-Vaudrey). Quel bonheur de savoir que ce lieu de rencontre serait la Fraternité de Taizé.

Pour ce voyage nous étions, moi, Dárcio, Cléu, le Père Colombe, Max, Françoise, Marielle et Sœur Rachel de la Communauté Notre Dame des Douleurs.

En chemin nous laissons Marielle pour une rencontre du groupe Pax Christi. Ce groupe devait commencer à étudier la nouvelle encyclique du Pape François sur la défense de la nature. Un sujet très actuel et incontournable.

Mais Taizé nous attendait.

 

Taizé est une communauté religieuse, comme un monastère, qui a la mission bien particulière de rassembler des personnes de différentes identités chrétiennes (et même religieuses) en un seul lieu, vivant ensemble, priant ensemble. Cette expérience a si bien réussi que des milliers de personnes passent chaque année par Taizé, depuis déjà de nombreuses années. La façon de prier, de chanter, de rassembler les fidèles, d'animer les rencontres de jeunes, semble n'apporter que des bienfaits à tous ceux qui se rapprochent de cette fraternité.

J'ai appris à connaître Taizé depuis ma vie au Monastère de l'Annonciation (de 2000 à 2006) à Goiás le Vieux – GO – Tout d'abord par les chants (refrains méditatifs), deuxièmement par le style, troisièmement par les photos et le site Internet, et quatrièmement par une expérience personnelle quand quelques uns de nous, les moines, avons participé à la préparation d'une journée "Taizé" dans la Cité de Goiás.

 

Grande a été la joie de retrouver Rachel et Élisabeth. Avec elles il y avait aussi la pétulante Joëlle. Quel amour de personne ! Un accent bien difficile pour nous à affronter ; mais pas question de l'aider un tant soit peu.

Après un moment passé avec les autres, je suis allé marcher seul. Je me suis rendu compte bientôt que je me trouvais devant l'entrée de l'église. J'ai songé alors à rejoindre les autres. Il y avait encore une demi-heure avant la prière de midi, Je suis entré. J'ai eu un frisson en voyant pratiquement le même décor que j'avais vu sur des photos ou des sites, il y a tant d'années. Je suis entré lentement ; quelques uns des frères étaient en train d'allumer les bougies ; je me suis agenouillé à la mode de Taizé (un petit banc d'environ douze cm de hauteur permet de s’agenouiller au-dessus des pieds sans gêner la circulation sanguine des jambes ; c'est quelque chose de très particulier). En admirant et en m'émerveillant d'être là, je suis entré en prière. Les cloches annonçaient que la prière  allait commencer dans quelques minutes. Les  fidèles entraient en silence et en contemplation ; les moines entraient (environ trente), tous en habit blanc ; la célébration a commencé. C'était bon d'être là. Ce serait bon également  de pouvoir partager cela avec plus de gens ; alors j'ai enregistré un extrait de chant sur mon téléphone afin de le mettre sur des réseaux sociaux (en guise d « apéritif », disons).

Nous avons mangé à Taizé. Nous avons visité la tombe de Frère Roger. Quelle simplicité ! Le silence s'empare de ce lieu où son corps a été enseveli. Taizé demeure très marqué par la mort tragique de celui qui était le prieur de la Communauté.

 

Depuis Taizé nous nous dirigeons vers Cluny, une impressionnante abbaye. Impressionnante à la fois par sa taille et par son histoire. Nous n'avons pas pu visiter l'intérieur de ce qui reste de  l'une des plus importantes abbayes monastiques de la chrétienté. Cluny a fourni au monde quelques papes, beaucoup de prêtres et nombre d'autres abbayes et monastères.

Un café à une bonne adresse toute proche a marqué la séparation des deux groupes, ceux qui retournaient à Lyon et ceux qui continuaient sur le Jura,

Après les adieux nous avons gagné Mont sous Vaudrey pour être accueillis dans la maison des Lamy (Elisabeth, Jacques et Rachel) ; qu'il est sympathique, ce Jacques ! Il y avait là Claude et Brigitte, eux aussi Amis de Gaby, Après un repas festif, qui s'est terminé vers 23h30, le moment est arrivé d'accorder un peu de repos à notre corps.

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8 février 2016 1 08 /02 /février /2016 21:09
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

"... Eu te mostrarei o caminho do céu"

Sexta-feira, 08 de janeiro de 2016

 

Saímos pela manhã, muito animados, para nossa jornada. Nosso grupo cresceu com a presença amável de Max e Françoise. Nos dirigimos à Vila de Ars. O caminho nos reservou belas paisagens, como sempre. Com exceção dos pinheiros, todas as árvores deixam cair suas folhas nesse período de frio.

O caminho para Ars vai margeando o grande Rio Rhône. Chama-nos a atenção os patos e gansos sobre águas tão geladas.

As ruas de Ars estavam totalmente vazias devido o frio intenso (4°). Fomos direto para a igreja, sem, no entanto, deixar de notar as estátuas e quadros do Santo Cura D'Ars pelo caminho.

 

São João Maria Vianney - o Santo Cura d'Ars - é o patrono de todos os padres diocesanos. Sua notoriedade não se deve a nenhum brilhantismo intelectual mas ao seu desapego e intensa entrega aos mais humildes. Viveu também humildemente (visitamos sua casa, seus aposentos e pensamos: como era possível com tamanho frio?).

Participamos de uma missa na igreja local. O pequeno corpo do santo está conservado, numa urna de vidro. Somente seu rosto precisou ser reconstituído - em cera.

Numa capela externa dedicada ao Santo há um livro onde se pode escrever o nome de algum padre diocesano pedindo a intercessão desse humilde Patrono. Escrevi em intenção de "todos os padres diocesanos da Arquidiocese de Vitória". E não nos esqueçamos que Gaby Maire era também diocesano, claro.

 

Almoçamos numa casa religiosa ali perto sob a regência animadora dos POURQUÉ (sobrenome de Max e Françoise), e nos dirigimos a um monumento fora da cidade, sobre uma suave colina, onde o então padre Vianney, procurando a Vila de Ars, encontrou um menino e lhe pediu: "Mostre-me o caminho de Ars; eu te mostrarei o caminho do Céu".

 

Por volta das 15h chegamos a Rillieux, um bairro "pobre" de Lyon (as aspas se devem ao fato de em nada parecer exatamente pobre, segundo nossos padrões brasileiros). Nesse bairro alguém nos esperava ansiosamente: Céline GAUTHE, do Benin (África).

Céline parece ter uns 45 anos (no final do nosso encontro vamos descobrir ter mais de 60 - !!!). Forte, plena de vida e de alegria, mora com seu jovem filho. Tem um sotaque bem particular, muito gostoso de se ouvir. Cristã fervorosa, seu apartamento está cheio de símbolos. Creio que a maior parte seja de coisas que lhe recordam o Benin. Na parede, diante de mim, uma foto me chama a atenção devido o tamanho especial. Pensei ser sua mãe; era sua sogra. Ao lado desta, uma foto, um pouco menor,  do marido de Céline, já falecido.

O assunto principal - atendendo a suas expectativas - foi africanidades, a partir da experiência nossa em território capixaba. Enquanto a conversa rolava ela ia preparando algo para o jantar, algo bem característico de seu país natal.

Em homenagem a ela e ao Movimento Negro, cantamos, antes da refeição:

"Um abraço negro,

um sorriso negro

traz felicidade.

Negro sem direitos

fica sem sossego.

Negro é á raiz da liberdade.

Um abraço negro..."

Céline reagia a tudo demonstrando ora surpresa, ora espanto, ora alegria,... mas tudo com uma vibração bem particular que nos encantou. Percebemos que o Pe. Bernard estava muito satisfeito de ter proporcionado esse encontro a ela e a nós.

 

Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio
Photos Darcio

Photos Darcio

Cleunice, Dárcio et Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

 

"…Je te montrerai le chemin du Ciel"

 

Vendredi 8 janvier 2016

 

Nous sortons le matin, pleins d'entrain, pour notre journée. Notre groupe s'est augmenté de la présence agréable de Max et Françoise. Nous nous dirigeons vers la bourgade d'Ars. Le chemin nous a réservé de beaux paysages, comme toujours. A l'exception des conifères, tous les arbres laissent tomber leurs feuilles en cette période de froid.

La route en direction d'Ars longe le grand fleuve, le Rhône. Notre attention est attirée par les canards et les oies sur les eaux glacées.

Les rues d'Ars étaient totalement désertes à cause du froid intense (4°). Nous sommes allés directement à l'église sans, cependant, négliger de remarquer les statues et portraits du Saint Curé d'Ars le long du chemin.

 

Saint Jean Marie Vianney – le Saint Curé d'Ars- est le patron de tous les prêtres diocésains. Sa notoriété ne lui est pas due en tant que brillant intellectuel mais à cause de son détachement des biens de ce monde et de son attention aux plus humbles. Il a aussi vécu pauvrement (nous avons visité sa maison, sa chambre et pensons : comment était-ce possible par un tel froid ?).

Nous avons participé à une messe dans l'église du lieu. Le corps, tout petit, du saint y est conservé derrière une vitrine. Seul son visage a dû être reconstitué en cire.

Dans une chapelle extérieure dédiée au Saint, il y a un livre où l'on peut écrire le nom de quelque prêtre diocésain demandant l'intercession de cet humble Patron. J'ai écrit à l'intention de « tous les prêtres diocésains de l'archidiocèse de Vitória ». Et nous n'oublions pas  que Gaby Maire était lui aussi prêtre diocésain, c'est évident.

 

Nous déjeunons tout près dans une maison  religieuse, sous la gestion enthousiaste des Pourqué (nom de famille de Max et Françoise) et nous nous dirigeons vers un monument en dehors du village, sur une douce colline où, celui qui était alors le Père Vianney, cherchant le village d'Ars, rencontra un petit garçon et lui demanda : « Montre-moi le chemin d'Ars ; je te montrerai le chemin du Ciel ».

 

Vers les 15 heures nous arrivons à Rilleux, un quartier « pauvre » de Lyon (les guillemets sont dus au fait que ce quartier ne paraît en rien pauvre, selon nos critères brésiliens). Dans ce quartier, quelqu'un nous attendait anxieusement : Céline GAUTHE, du Bénin (Afrique)

Céline semble avoir dans les quarante-cinq ans (à la fin de notre rencontre nous allons découvrir qu'elle en a plus de soixante- !!!). Forte, pleine de vie et d'allégresse, elle vit avec son jeune fils. Elle a un accent bien particulier, très savoureux à écouter. Fervente chrétienne, son appartement est plein de symboles. .Je crois que la plupart sont des choses qui lui rappellent le Bénin. Sur le mur, devant moi, une photo attire mon attention à cause de sa taille importante. Je pensais que c'était sa mère ; c'était sa belle-mère. A côté, une photo un peu plus petite, du mari de Céline, décédé.

Le sujet principal – répondre à ses attentes – était « ce qui tourne autour de l'Afrique » à partir de notre expérience sur le territoire de l'Espírito Santo. Pendant que nous conversions elle préparait quelque chose à manger pour le souper, quelque chose de bien caractéristique de son pays natal.

En hommage à elle-même et au Mouvement Noir, nous chantons, avant le repas :

« Un abraço noir,

Un sourire noir

Apporte le bonheur.

Un Noir sans droits

N'est pas tranquille

Noir, c'est la racine de la liberté.

Un abraço noir… »

Céline a réagi à tout, montrant tantôt de la surprise, tantôt de l'épouvante, tantôt de la joie,…mais tout avec des vibrations bien particulières qui nous ont charmés. Nous avons pris conscience que le Père Bernard était très satisfait  de nous avoir réservé cette rencontre, à elle et à nous.

(traduction en français : Claudette et Paul)

 

Pour Céline...

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7 février 2016 7 07 /02 /février /2016 13:03
Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

Entre ruas, igrejas... e amigos

Quinta-feira, 07 de janeiro de 2016

 

O dia demora a "acordar" por aqui. O tempo frio não permite a entrada imediata da luz do sol para clarear o dia. somente pelas 9 horas é que se sente que está amanhecendo.

 

Da janela vejo que operários trabalham numa grande obra a poucas quadras dali. Pe. Colombe me informou que eles entram às 7, ou seja, quando a noite ainda toma conta de tudo (Não estou exagerando, o horário das 7h aqui, nesse período do ano, corresponde à escuridão das 4h da madrugada em nossa região sudeste brasileira).

 

Saímos ao encontro de Dárcio, Cléo e Mariette. Pela manhã fomos até o Centro de Pastoral da Diocese, onde fomos recebidos por Solange, responsável pela Pastoral dos Surdos (Pe. Bernard celebra uma missa quinzenal para os surdos de forma bastante dinâmica e participativa. Em sua casa vi alguns cartazes, feitos de forma simples, com fundo de papelão, e bastante expressivos).

 

Solange estava mais na expectativa de saber como é o trabalho com os surdos no Brasil. Como Cleunice tem se formado nessa área, e como eu também fiz recentemente na UFES - por um semestre - o curso de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais), tínhamos um certo conhecimento de políticas públicas brasileiras e de avanços e dificuldades nesse campo.

 

Tendo nos despedido do agradável encontro com Solange, visitamos a Fourvière, dedicando-nos mais aos lugares sagrados. As construções em pedra nos chamam muito a atenção ao longo do caminho. Sinais do período do Império Romano estão por toda parte. A enorme igreja no alto do morro (subimos até lá numa espécie de bonde: funicoulaire) é impressionante. O forte vento lá do alto faz com que a sensação térmica seja ainda menor (O interior da igreja é bastante gelado). A igreja é dedicada a Nossa Senhora. Ao longo das enormes paredes  de um dos andares (são dois andares preparados para celebrações) estão réplicas de imagens de Nossa Senhora de diversos lugares do mundo. Cheguei a procurar Nossa Senhora Aparecida, é verdade,  mas me contentei em ter encontrado uma réplica do famoso quadro de Nossa Senhora de Guadalupe.

 

Da igreja saímos para o almoço. Eu e Pe. Colombe fomos recebidos na casa das irmãs de Nossa Senhora das Dores (três brasileiras nos recebem afetuosamente); Cléo, Dárcio e Mariette foram para a casa de Max e Françoise -  um simpático e vigoroso casal que viaja muito e que esteve conosco, no ano de 2014, andando pelas ruas do bairro Flexal 2, em Cariacica, e conhecendo o Estado do Espírito Santo, dentre outros. A história desse casal, bem como a história das irmãs de N. Sra. da Dores, renderiam muito mais que um capítulo à parte; renderiam, ao menos, um  impressionante livro.

 

O almoço durou cerca de 2h30 na casa das irmãs. Às 15h fomos nos juntar a Dárcio e Cléu na casa de Max e Françoise onde o almoço ainda duraria mais uma hora.

 

Descemos o morro visitando ainda outros interessantes endereços locais e uma famosa rua comercial, a rua Saint-Jean, com diversas lojinhas que impressionam pela forma de exposição de produtos. Uma grande variedade em gastronomia e cultura. 

Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio
Photos Dárcio

Photos Dárcio

Cleunice, Dárcio et Jovanir

11 jours sur les pas de Gaby en France

Par: Jovanir

Entre rues, églises…et amis

Jeudi 7 janvier 2016

 

Le jour met du temps à « se réveiller » par ici. Le temps froid ne permet pas l'arrivée immédiate de la lumière du soleil pour éclairer le jour. C'est seulement vers les neuf heures qu'on sent que le matin s'installe. 

 

De la fenêtre je vois que des ouvriers travaillent à un grand bâtiment à seulement quelques pâtés de maisons de là. Le Père Colombe m'a dit qu'ils arrivaient à sept heures, c'est à dire, quand la nuit enveloppe encore tout. (Je n'exagère pas, sept heures ici, en cette période de l'année, correspond à l'obscurité de quatre heures du matin dans notre région du sud-est brésilien).

 

Nous sortons à la rencontre de Dárcio, Cléu et Marielle. Le matin nous sommes allés jusqu'au Centre de Pastorale du Diocèse, où nous avons été reçus par Solange, responsable de la Pastorale des Sourds et Personnes handicapées. (Le Père Bernard célèbre une messe pour eux tous les quinze jours, sous une forme bien dynamique et participative. Chez lui, j'ai vu plusieurs affiches, très simples, sur carton, très expressives.)

 

Solange essayait de savoir de quelle façon nous travaillons avec les sourds au Brésil. Comme Cléunice a eu une formation dans ce secteur, et comme moi-même, ai récemment suivi pendant un semestre, à l'UFES le cours de LIBRAS (Langage des Signes au Brésil), nous avions une certaine connaissance des politiques publiques du Brésil ainsi que des avancées et des difficultés dans ce domaine.

 

Ayant pris congé de Solange après cette agréable rencontre, nous sommes allés visiter Fourvière, choisissant plus spécialement les lieux sacrés. Les constructions en pierre attirent notre attention tout au long du chemin. Partout on trouve des vestiges de l'Empire romain. La vaste église au sommet de la colline est impressionnante, (nous y sommes montés dans une espèce de tramway : un funiculaire). Le vent fort qui souffle tout en haut accentue encore la sensation de froid. (L'intérieur de l'église est plutôt glacial). L'église est dédiée à Notre-Dame. Tout au long des énormes murs de l'un des niveaux (deux niveaux sont préparés pour les célébrations – l'église elle-même et la crypte -) on peut voir des reproductions d'images de Notre Dame de diverses parties du monde. J'ai cherché Notre Dame d'Aparecida, c'est vrai, mais il m'a suffi de trouver une réplique du fameux tableau de Notre Dame de Guadalupe.

 

Nous sommes sortis de l'église pour aller déjeuner. Moi et le Père Colombe avons été reçus chez les Sœurs Notre Dame des Douleurs (trois Brésiliennes nous ont reçus avec affection) ; Cléu, Dárcio et Marielle sont allés chez Max et Françoise – un couple sympathique et dynamique qui voyage beaucoup et qui, en 2014, déambulait avec nous dans les rues du quartier Flexal 2, à Cariacica, et qui connaît bien l'Etat de l'Espírito Santo, entre autres. L'histoire de ce couple, tout comme l'histoire des Sœurs N.D. des Douleurs, demanderait beaucoup plus qu'un chapitre à part ; il y faudrait au moins, un livre impressionnant.

 

Le repas a duré environ deux heures chez les Religieuses. A quinze heures nous sommes allés rejoindre Dárcio et Cléu chez Max et Françoise où le repas allait durer encore plus d'une heure.

 

Nous sommes descendus de la colline en visitant d'autres lieux intéressants dont une fameuse rue commerçante, la rue St Jean, avec diverses boutiques qui nous ont impressionnés par la manière de présenter leurs produits. Une grande variété gastronomique et culturelle. 

 

(Traduction par Claudette et Paul)

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4 février 2016 4 04 /02 /février /2016 13:40

Cleunice, Dárcio e Jovanir

11 dias nos passos de Gaby, na França

Por: Jovanir

 

"Eles não sabiam que era impossível...

então, fizeram"

Quarta-feira, 06 de janeiro de 2016

 

Após 11 horas de vôo, chegamos um tanto cansados ao aeroporto de Paris (Charles de Gaule). Constantes momentos de turbulência obrigaram os passageiros a permanecer quase o tempo todo sentados durante o vôo. Às vezes eu tive a impressão de que essa exigência não passava de uma estratégia dos comissários de bordo a fim de terem menos movimento nos corredores; afinal, salvo alguns momentos - em minha opinião de leigo no assunto de vôos -, nem havia tanta turbulência assim.

 

Chegamos com 15 minutos de atraso a Paris, o que fez com que tivéssemos que correr por diversos longos corredores para não perder o vôo para Lyon. Perdemos. Não porque não corremos o bastante, mas porque, devido o atraso no vôo, a empresa não teve tempo  hábil de transportar as malas de um avião para o outro. Foi preciso esperar o próximo vôo; e não tínhamos como avisar ao padre Bernard, que nos aguardava em Lyon.

 

Tomado o avião para Lyon, chegamos ao aeroporto Saint Exupéry (Homenagem ao autor do célebre livro "O Pequeno Príncipe"), e lá estava o padre Bernard com um grande sorriso e braços abertos para nos acolher.

 

Ao longo do caminho até sua casa misturávamos francês e português em nosso diálogo. Pareceu-me que assim estava bem para todos.

 

Padre Bernard COLOMBE já exerceu seu ministério no Brasil, entre os anos 1974 e 1983. Seu principal local de atuação foi a região de Cariacica, na linha dos padres engajados no meio popular, o que quer dizer que não estava lá apenas para celebrar os sacramentos, mas também para contribuir na diminuição do sofrimento do povo, por meio da conscientização das pessoas acerca da realidade em que vivem, apontando caminhos de solidariedade entre si (campanhas, mutirões,...), e de ação conjunta junto a órgãos governamentais em prol de melhorias para o bairro (água encanada, redes de esgoto, postos de saúde, transporte coletivo, dentre outros).

 

Pe. Colombe chegou a morar uns dois anos com Gabriel, em Vera Cruz - Cariacica. Os dois, juntamente com o padre João, eram conhecidos carinhosamente como "os padres franceses" pelas pessoas da localidade.

 

O frio de Lyon já nos acompanhava desde o aeroporto. Cerca de 8 graus, e diminuindo. Em sua casa um almoço nos esperava, com um simpático bilhete da cozinheira, dando boas-vindas aos três brasileiros.

 

Cleunice disse que ela mesma não acreditava estarmos conseguindo realizar esta viagem. Simpaticamente, o padre Bernard então nos disse um ditado que os franceses usam com certa frequência: "Eles não sabiam que era impossível... então fizeram".

 

Um breve passeio a pé pelas ruas vizinhas nos fez conhecer um pouquinho a região.

A noite foi chegando devagarinho.

Dárcio e Cleunice foram para a casa de Marielle, irmã de pe. Bernard. Eu fiquei na casa dele.

Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio
Photos de Cleu et Darcio

Photos de Cleu et Darcio

Cleunice, Dárcio et Jovanir

 

Onze jours sur les pas de Gaby, en France

Par Jovanir

 

"Ils ne savaient pas que c'était impossible…

alors, ils l'ont fait"

Mercredi 6 janvier 2016

Après onze heures de vol, nous arrivons, un peu fatigués, à l'aéroport Charles de Gaulle à Paris. Des turbulences continues ont obligé les passagers à demeurer assis presque pendant tout le vol. Parfois, j'avais l'impression qu'il s'agissait simplement d'une stratégie des commissaires de bord pour avoir moins de passages dans les couloirs ; finalement, si l'on excepte certains instants – à mes yeux de novice à propos de voyages en avion – il n'y avait pas tant de turbulences que cela.

Nous arrivons à Paris avec quinze minutes de retard, ce qui fait que nous avons dû courir dans plusieurs longs couloirs afin de ne pas rater le vol pour Lyon. Nous l'avons raté. Non pas parce que nous n'avons pas couru assez vite, mais parce que, étant donné que le vol avait du retard, la compagnie n'a pas eu le temps suffisant pour transborder les valises d'un avion à l'autre. Nous avons dû attendre le vol suivant ; et nous n'avions pas de quoi avertir le Père Bernard, qui nous attendait à Lyon.

 

Une fois dans l'avion de Lyon, nous arrivons à l'aéroport Saint Exupéry (Hommage à l'auteur du célèbre livre "Le Petit Prince") et là se tenait le Père Bernard avec un grand sourire et les bras ouverts pour nous accueillir.

 

Tout au long du chemin vers son appartement, nous avons mélangé, dans notre dialogue, français et portugais. Il me semble que c'était bien ainsi, pour chacun d'entre nous.

 

Le père Bernard COLOMBE avait effectué son ministère au Brésil, déjà dans les années entre 1974 et 1983. Il a exercé principalement dans la région de Cariacica, dans la lignée des prêtres engagés en milieu populaire, ce qui veut dire qu'il était là, non seulement pour célébrer les sacrements, mais encore pour essayer de diminuer la souffrance du peuple, en conscientisant les personnes autour de leur vécu, leur montrant des chemins de solidarité (campagnes d'action, travaux en commun,… initiatives prises en accord avec les services gouvernementaux pour mieux organiser le quartier en installant canalisations d'eau, réseaux d'égouts, postes de santé, transport collectif, parmi d'autres.)

 

Le Père Bernard Colombe est venu habiter quelque deux années avec Gabriel, à Vera Cruz-Cariacica. Les deux prêtres, avec aussi le Père Jean (Fugeray), étaient connus et aimés par les gens de la localité, comme « les prêtres français ».

 

Le froid de Lyon nous accompagnait déjà depuis l'aéroport. Environ 8° et cela continuait à diminuer. Chez Bernard, un repas nous attendait, avec un sympathique petit mot de la cuisinière, souhaitant la bienvenue aux trois Brésiliens.

 

Cléunice nous a dit alors qu'elle-même ne croyait pas que nous arriverions à faire ce voyage. Aimablement, le Père Bernard nous a alors cité un dicton que les Français utilisent assez couramment : "Ils ne savaient pas que c'était impossible…alors ils l'ont fait".

 

Une brève promenade à pied par les rues voisines nous a fait connaître un tout petit peu les alentours.

 

La nuit est arrivée tout doucement.

 

Dárcio et Cleunice sont allés chez Marielle, sœur du Père Bernard. Et moi, je suis resté chez lui.

 

(traduit du portugais en français par Claudette et Paul)

 

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4 janvier 2016 1 04 /01 /janvier /2016 14:49
Visite de Darcio, Cleunice et Jovanir

Venez nombreux rencontrer ces amis brésiliens... De beaux partages en perspective !

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1 janvier 2016 5 01 /01 /janvier /2016 09:06

O vídeo conta parte da história de Padre Gabriel, de acordo com relatos de pessoas que conviveram com ele durante anos.

Vale a pena conferir o material que conta um pouco da história de um dos melhores seres humanos que já conheci. Graças a Deus eu pude conhecer e conviver com Padre Gabriel. Com ele aprendi muitas coisas, principalmente a não tolerar injustiças e sempre lutar pelos os que mais precisam.

Padre Gabriel foi assassinado, mas sempre estará vivo em nossas mentes e nossos corações.

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29 décembre 2015 2 29 /12 /décembre /2015 18:28

João Baptista Herkenhoff

 

O espírito natalino está incendiando a face da Terra.

Vejo com simpatia os gestos de fraternidade inspirados pela comemoração do Natal. Se resultam de um espírito puro, de uma volta para o próximo, de uma germinação de boa vontade, esses gestos fraternos merecem reverência.

São gestos que se situam num curto espaço de tempo ?

Sim, mas podem levar as pessoas e grupos que os praticam a uma reflexão mais profunda.

Que significa o presépio de Jesus?

Que pede a todos nós aquela manjedoura?

É compatível com o testamento cristão um mundo de exclusões, uma sociedade dilacerada entre os que têm tudo e os que nada têm?

Esse presépio não convoca quem é cristão a mudar tudo de lugar?

Essa manjedoura não pede a coragem de subverter para ordenar?

A Bandeira do Brasil consagra o lema Ordem e Progresso, enunciado pelo positivista Augusto Comte: O Amor por princípio, a Ordem por base, o Progresso por fim.

Ordem, na perspectiva do presépio, é estarem as coisas onde devem estar: todos os seres humanos convidados para a mesa, o trabalho, o crescimento espiritual, a esperança, a vida.

Como pode ser instituída no mundo a ordem, que a estrela de Belém reclama, sem quebrar as estruturas da desordem que dividem os humanos entre “seres” e “não-seres”?

Podem os cristãos:

não se escandalizarem em face das multidões sem casa, sem saneamento básico, grávidas sem proteção, crianças fora da escola, crianças de rua que a hipocrisia reinante chama de pivetes?

limitar as preocupações aos muros da própria casa e ainda assim declararem-se cristãos?

dar as costas para a política, como se a política tivesse de ser, por destinação, uma coisa feia?

Parece que a reflexão correta conduz a compreender que todos somos “animais políticos” como, já na velha Grécia, dizia Aristóteles.

Natal é denúncia da exclusão. Natal é apelo à inclusão. Natal é imolação de egoísmos. Não importa se construir esse universo de incluídos é tarefa de grande monta e exige muita luta. O importante é saber a direção. A estrela de Belém guia o trajeto.

No Espírito Santo o tempo de Natal relembra o assassinato do Padre Gabriel Maire (23 de dezembro de 1989).

O crime ainda não foi esclarecido. Há duas circunstâncias extremamente relevantes, envolvendo o caso:

1) o Padre Gabriel Maire era adepto da Teologia da Libertação. Denunciou a injustiça de terras urbanas sem uso social. Sua pregação mexia com interesses econômicos;

2) o sacerdote morreu portando no braço um relógio francês de grande valor, que podia ser retirado do pulso até por um aprendiz de furto. Este fato elimina a hipótese de ter ocorrido latrocínio.

 

João Baptista Herkenhoff, Juiz de Direito aposentado, professor, um dos fundadores e primeiro presidente (1976) da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória. Autor, dentre outros livros, deDireitos Humanos – uma ideia, muitas vozes (Editora Santuário, Aparecida, São Paulo).

É livre a divulgação deste artigo, por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

 

Noël et l'esprit de Noël - Natal e espírito natalino
Message de Jean-Baptiste Herkenhoff

L'esprit de Noël embrase la face de la Terre.

(…) Que signifie la crèche de Jésus ?

Qu'est-ce que cette mangeoire nous demande à nous tous ?

Un monde d'exclusions, une société déchirée entre ceux qui ont tout et ceux qui n'ont rien, sont  ils compatibles avec l'héritage du Christ ?

Cette crèche ne demande-t-elle pas aux chrétiens de tout resituer ?

Cette mangeoire ne nous demande-t-elle pas d'avoir le courage de tout renverser pour remettre de l'ordre ?

Le drapeau brésilien arbore la devise Ordre et Progrès, énoncée par le philosophe positiviste Auguste Comte : "L'Amour pour principe, l'Ordre pour base, et le Progrès pour but". L'ordre, dans la perspective de la crèche, c'est que les choses soient là où elles doivent être : tous les êtres humains invités à la table, au travail, à la croissance spirituelle, à l'espérance et à la vie.

Comment peut-il être institué dans le monde cet ordre, que réclame l'étoile de Bethléem, sans briser les structures de désordre qui séparent les humains entre "hommes" et "sous-hommes" ?

Les chrétiens peuvent-ils :

 - ne pas être scandalisés face aux multitudes des sans logis, sans les sanitaires de base,  face aux femmes enceintes sans protection, aux enfants sans école, aux enfants des rues que l'hypocrisie régnante traite de "vauriens" ?

 - borner leurs préoccupations aux seuls murs de leur maison et alors encore se déclarer chrétiens ?

 - tourner le dos à la politique, comme si la politique ne pouvait être, par essence, qu'une chose sale ?

Il semble qu'un jugement sain conduise à comprendre que nous sommes tous des "animaux politiques" ainsi que, déjà dans la Grèce ancienne, le disait Aristote.

Noël, c'est le refus de l'exclusion. Noël, c'est l'appel à l'insertion. Noël c'est le sacrifice de nos égoïsmes. Peu importe que l'édification de ce monde d'insertion exige à la fois beaucoup d'argent et beaucoup d'efforts. L'important c'est d'en connaître la direction. L'étoile de Bethléem nous montre le chemin.

Dans l'Etat de l'Espirito Santo le temps de Noël rappelle l'assassinat du Père Gabriel Maire (23 décembre 1989).

Le crime n'a pas encore été élucidé. Il y a deux circonstances d'une extrême importance associées à ce cas :

  1. le Père Gabriel Maire adhérait à la Théologie de la Libération. Il a dénoncé l'injustice de terrains socialement inutilisés, dans la ville de Cariacica.  Ses sermons heurtaient des intérêts économiques.
  2. Le prêtre a été assassiné alors qu'il portait au poignet une montre française de grande valeur, qui aurait pu lui être retirée, même par un voleur novice. Ce fait élimine l'hypothèse d'un crime crapuleux.

 

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24 décembre 2015 4 24 /12 /décembre /2015 16:00

Pour vous souhaiter un joyeux Noël voici le message du Père Antoine GUERIN.

Le Père Antoine Guérin a collaboré avec Dom Helder Camara. De 2000 à 2004, il a été secrétaire national du Cefal, aujourd’hui le « Pôle Amérique Latine » au sein du Service National de la Mission Universelle de l’Eglise. Il vit toujours dans la région du Nordeste au Brésil.

João Pessoa le 17 décembre 2015

 

Bien chers amies et amis

 

Chaque année, je me demande si j’enverrai « la lettre de Noël »... Et tous les ans je l’écris quand même, comme geste de communion avec chacun et chacune d’entre vous. N’est-ce pas la relation qui nous fait exister les uns et les autres ?

 

Cette année se termine après bien des drames : Celui que la France a souffert au début de l’année et en novembre, provoquant une solidarité mondiale ; le terrorisme qui afflige régulièrement une partie de l’Afrique, le Moyen-Orient et certains pays d’ Asie ; ces chrétiens qui sont martyrisés ou doivent quitter leur pays dans une indifférence presque générale ; tous ces émigrés qui fuient la faim ou la violence et cherchent un pays d’accueil ; au Brésil, la rupture d’un barrage contenant les déchets d’une grande entreprise miniaire a provoqué beaucoup de morts et une polution dévastatrice sur plusieurs centaines de kilomêtres ; au Brésil, une corruption éhontée et l’insatisfaction de groupes politiques qui n’ont pas accepté leurs échecs successifs à l’élection présidentielle et font tout pour dégommer la Présidente légitimement réélue.

 

Oui, que de drames qui peut-être nous empèchent de voir les beautés de la vie, les petits gestes d’amour, les engagements de tants de personnes au service de la justice et de la paix. La COP 21, résultat d’un long travail, a fait que 195 pays sont arrivés à un accord historique. Même si tout le monde n’est pas satisfait, ce fut un pas en avant pour sauver « la Terre Mère » ! Que de merveilles se vivent partout dans le monde, autour de vous, autour de moi ! Je dois vous dire que je suis toujours émerveillé de découvrir tant de personnes, jeunes ou adultes qui donnent une bonne partie de leur temps libre au service des autres, animant des groupes, visitant des malades ou des personnes agées, s’engageant dans des associations pour améliorer notre quartier. Comme dit Saint Paul, ils ont « une foi agissant par l’amour ».

 

Le Pape François nous invite à vivre une ANNÉE DE LA MISÉRICORDE. Nous tous avons besoin de goûter la chaleur de l’amour de notre Dieu pour pouvoir la transmettre à ceux qui nous entourent... sans rien attendre en retour. Dans mon diocèse, nous invitons les personnes à devenir des missionnaires de la Miséricorde donnant de leur temps pour visiter les exclus, les laissés pour compte, les blessés de la vie.

 

Les visites de mon frère Hervé et de sa femme Marie-Noël, celle de Quentin, un de mes nombreux petits neveux m’ont beaucoup réjouis. C’est toujours une richesse de pouvoir partager !

 

La fête de Noël vient nous rappeler à quel point notre Dieu a voulu se faire proche de nous, se faisant petit, pauvre, rejeté, incompris, humilié. C’est pendant une nuit de Noël que le Père Antoine Chevrier, le fondateur du Prado, s’est converti en contemplant la crêche et s’est décidé à suivre Jésus de plus prés. Je souhaite à chacun de vous de découvrir ce chemin de vie et de joie. Ainsi l’année 2016 sera plus belle.

 

Vous êtes tous présent dans mon coeur. Je vous souhaite un Noël d’espérance et une année nouvelle pleine de ... miséricorde.

Avec toute mon affection et l’assurance de ma prière.

Antoine Guérin

 

Message de Noël - Carta do Natal - P. Antoine GUERIN

Meus queridos amigos e amigas

 

Este ano está chegando ao final. Quantos dramas foram vividos no nosso país e no mundo: o criminoso desastre da barragem de Mariana que matou dezenas de pessoas e levou a poluição sobre centenas de quilômetros, impedindo às pessoas de poder cultivar qualquer coisa; a corrupção vergonhosa de pessoas que utilizam para si o que é do nosso povo; o golpismo de grupos políticos que não aceitaram as derrotas sucessivas na eleição presidencial e querem tirar da presidência aquela que foi eleita legitimamente; o terrorismo que mata inocentes em tantas partes do mundo; os milhares de cristãos martirizados por causa da sua fé; os migrantes que fogem da terra deles por causa de fome ou da violência e procuram países que aceitem os acolher.

 

Estes dramas nos impedem, talvez de enxergar as belezas da vida, os pequenos gestos de amor, o engajamento de tantas pessoas à serviço da dignidade, da justiça e da paz. A COOP 21 foi o resultado dum longo trabalho de militantes: 195 países chegaram a um acordo histórico. Mesmo se todo o mundo não foi satisfeito, se deu aí um grande passo para salvar a Mãe Terra, a Casa Comum, como diz o Papa Francisco na sua linda carta “Louvado sejas”. Quantas maravilhas se vivem em toda parte, ao redor de cada um de nós! Sempre fico maravilhado de descobrir nas comunidades do Alto do Mateus jovens e adultos que dão uma boa parte do seu tempo à serviço dos outros, animando grupos, visitando doentes e idosos, participando de associação e conselhos para melhorar a vida do nosso bairro. Como diz São Paulo, eles têm “uma fé agindo pelo amor”.

 

O Papa Francisco nos convida a viver o ANO DA MISERICÓRDIA. Todos nós precisamos experimentar o calor do amor de nosso Deus para poder transmiti-lo as pessoas com quem vivemos ou que encontramos... sem esperar nada em troca. Na nossa Arquidiocese da Paraíba convidamos as pessoas a tornarem-se missionários da Misericórdia, aceitando visitar excluídos, feridos da vida, os sem voz e sem vez e participando das lutas do povo para melhorar nossas condições de vida.

 

A festa do Natal nos lembra como Deus quis ser próximo de nós, tornando-se pequeno, pobre, excluído, humilhado. Desejo que cada um e cada uma de vocês possa descobrir melhor o caminho de vida e de alegria que Jesus está nos propondo. Assim o ano 2016 será mais bonito!

 

Vocês estão presentes no meu coração. Que este Natal seja de Esperança e o Ano Novo cheio de... misericórdia!

Conte com minha amizade e minha oração.

Com abraços e beijos.

Antônio Maria  

 

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23 décembre 2015 3 23 /12 /décembre /2015 17:01

Ce soir les amis de Vitoria commémorent le martyr du Padre Gabriel, assassiné le 23 décembre 1989. Nou sommes unis à eux par delà l'océan !

 

Avant de vous partager quelques photos, voici des échos de la remise des prix "Padre Gabriel" à l'occasion de la journée des droits de l'homme. Ce Prix Padre Gabriel Roger Félix Maire honore des personnes qui luttent en faveur de la justice sociale et pour les droits de l'homme.

Comenda Padre Gabriel - Prix Père Gabriel

Pour retrouver la comenda Padre Gabriel 2014, c'est ici et .

Vous trouverez ci-dessous le témoignage de Vitor Cesar le 12 décembre 2015 qui vient de recevoir ce prix, et des photos que nos amis ont partagé sur facebook.

 

Hier j'ai reçu le Prix Gabriel Roger Félix Maire, offert par la municipalité de Cariacica aux personnes qui luttent pour la justice sociale et pour les Droits de l'Homme !

Cela m'a causé une très grande joie, mais j'ai sérieusement pensé à ne pas accepter et, pour le moment, à ne pas le porter sur moi, pour deux raisons. La première est que je ne m'estime pas digne de recevoir ce prix (sans fausse modestie), pour mon parcours encore trop novice dans la lutte pour les Droits de l'Homme et aussi parce que je pense ne pas être à la hauteur – et peut-être ne le serai-je jamais ! – pour recevoir un prix inspiré par le Père Gabriel, qui a fait don de sa vie pour la vie des humiliés, portant la fidélité à Jésus jusqu'aux ultimes conséquences du martyre. En second lieu, parce que je me demandais si cela ne défigurerait pas la gratuité de la lutte que j'engage ; la gloire ne doit jamais être pour moi, mais pour Celui qui m'a envoyé, Jésus Christ.

Après   avoir   parlé   avec   quelques   compagnons   de   luttes   et   de   rêve,   j'ai   décidé d'accepter. Justement pour que ce soit plus un moyen pour affermir notre lutte et la rendre plus visible, et aussi renforcer notre engagement pour un monde nouveau, avançant sur la voie déjà tracée par le Père Gabriel.

De cette façon, je ne pourrais pas le garder juste pour moi, je l'offre à tous ceux et toutes celles qui luttent et rêvent d'un monde juste ! Tout spécialement à tant de militants des Droits de l'Homme qui étaient là avant moi et qui m'ont tant appris, entre autres   comme   :   Bruno   Toledo,   Gilmar   Ferreira,  Ademir  Torres,   Vanda   de  Aguiar Valadão, Lula Rocha, Padre Kelder, Padre Xavier, toute la Commission Justice et Paix, ainsi que tant d'autres qu'il serait impossible de citer tous. Merci beaucoup. (…)

"Je préfère mourir pour la vie plutôt que vivre pour la mort"

Padre Gabriel, présent ! Maintenant et toujours !

Seu Pedro remet le prix.
Seu Pedro remet le prix.
Seu Pedro remet le prix.
Seu Pedro remet le prix.
Seu Pedro remet le prix.
Seu Pedro remet le prix.

Seu Pedro remet le prix.

Ontem recebi a Comenda Pe. Gabriel Félix Roger Maire, que é oferecida pela Câmara Municipal de Cariacica para pessoas que lutam pela justiça social e pelos direitos humanos!

Pra mim foi motivo de muita alegria, mas pensei seriamente em não aceitar e por agora se deveria ou não postar no face, por dois motivos. O primeiro é que não me considero digno de recebê-la (sem falsa modéstia), por minha trajetória ainda muito incipiente na luta pelos direitos humanos e por não me considerar à altura - e talvez nunca se esteja! - de receber um prêmio que tem como inspiração Pe. Gabriel, aquele que doou sua vida pela vida dos humilhados, levando o discipulado de Jesus às últimas consequências do martírio. Em segundo lugar, porque me perguntava se isso não deturparia a gratuidade da luta que travo, as glórias nunca devem ser para mim, mas para aquEle que me enviou, Jesus Cristo.

Depois de conversar com alguns companheiros e companheiras nas lutas e nos sonhos, decidi aceitar. Justamente pra que seja mais um instrumento de fortalecer e visibilizar nossa luta, bem como aumentar nosso compromisso por um mundo novo, continuando no caminho já iniciado por Pe. Gabriel.

Deste modo, não poderia ficar com ele só para mim, dedico ele a todos e todas que lutam e sonham com um mundo justo! Em especial, a tantos militantes de direitos humanos que vieram antes de mim e me ensinam tanto, principalmente pelo exemplo, como : Bruno   Toledo,   Gilmar   Ferreira,  Ademir  Torres,   Vanda   de  Aguiar Valadão, Lula Rocha, Padre Kelder, Padre Xavier, , toda a Comissão Justiça e Paz, como como tantos e tantas que seria impossível citar. Muito obrigado! (...)

 

"Prefiro morrer pela vida do que viver pela morte"
Padre Gabriel, presente! Agora e sempre!

 

La famille Lopez : Carlinda, Marlène, Penha José

La famille Lopez : Carlinda, Marlène, Penha José

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16 décembre 2015 3 16 /12 /décembre /2015 22:43
Boa tarde,
 
Meus queridos,
 
Segue uma cartinha de solidariedade aos amigos franceses pelos atentados ocorrido, que expressa nossa amizade, carinho por voces nesse momento dificil.
 
definimos em reunião e estamos encaminhando hj com aprovação das pessoas que assinam, porém todos fazem parte das ações da Associação daqui.
 
Um grande abraço a todos vocês.
 
Penha Lopes 
Marlene Lopes 
 

 

CARTA AOS AMIGOS FRANCESES

 

À Associação dos  Amigos de Padre  Gabriel Maire

 

Estimados amigos (as),

 

Acompanhamos os noticiários consternados ante a barbárie da violência dos ataques na capital francesa. Foi um momento de profunda reflexão sobre a onda de atentados às pessoas no mundo, em nome do capitalismo e da intolerância religiosa fundamentalista.

Sentimo-nos feridos também ao ver as pessoas desesperadas e desoladas com a perda de seus familiares. Expressamos aqui nossa dor e solidariedade ao povo francês que através dessa associação nos mantem unidos na defesa da vida.

 

Repudiamos toda e qualquer forma de violência contra a vida do povo e do meio ambiente. Reprovamos veemente todas as formas de repressão aos povos vitimas de ataques no mundo.

Não dá mais para permanecer impassível esperando a próxima tragédia. Essa causa é nossa! É causa de quem sente a dor do próximo ao ver as vidas ceifadas. A causa da paz e da justiça que é fruto da verdade.

 

Esperamos que os governantes e a sociedade francesa de forma geral possam enfrentar esse momento difícil com muita determinação, mas que saibam dialogar e punir os culpados de forma efetiva. Mantenham–se firmes e confiantes para encontrar o caminho que leva a construção de um mundo melhor onde as pessoas possam viver com liberdade, fraternidade e igualdade.  

 

Atenciosamente,

 

Assinam: APGM

 

Ailton Pereira dos Santos

Carlinda Januário do Rozario

Elizabhe Loyola da Cruz

José Carlos Lima

Jose Lopes do Rozário

Luis Natal de Paula Ferreira

Luzia Romão

Maria Cassim 

Maria da Penha Lopes dos Santos

Maria do Carmo Oliveira Santos

Marlene Lopes do Rosário Silva

Rosa Gama

Sebastião Cassim. 

 

Soutien des brésiliens après les attentats de Paris

Bonsoir,

Mes chers,

Je vous joins une petite lettre de solidarité avec les amis français face aux attentats survenus le 13 novembre. Ce message exprime notre solidarité, notre tendresse pour vous en ce moment difficile.

Nous l'avons rédigée au cours d'une réunion aujourd'hui, avec l'approbation de toutes les personnes qui ont signé, toutes prenant part aux activités de notre Association.

Un grand abraço à vous tous.

Penha Lopes

Marlene Lopes

le 24 novembre 2015

 

Lettre à nos amis français

 

A l'Association des Amis du Père Gabriel Maire

Très chèr(e)s ami(e)s

Nous avons suivi les nouvelles, consternés face à la barbarie des attentats dans la capitale française. Cela a été un moment de profonde réflexion à propos de la vague d'attaques dans le monde  commises tant au nom du capitalisme que de l'intolérance des religieux fondamentalistes.

Nous nous sentons également atteints en voyant les personnes désespérées et accablées par la perte de leurs proches. Nous exprimons ici notre douleur et notre solidarité envers le peuple français avec qui nous restons unis par cette association, au nom de la défense de la vie.

Nous repoussons toute forme de violence, quelle qu'elle soit, contre la vie du peuple et de l'environnement. Nous rejetons avec véhémence toutes les formes de répression à l'égard des peuples victimes d'attaques dans le monde. Il ne suffit plus de rester impassible en attendant la prochaine tragédie. Cette cause est la nôtre ! C'est la cause de celui qui ressent la douleur du prochain en voyant des vies anéanties. La cause de la paix et de la justice, fruit de la vérité.

Nous espérons que les gouvernants  et  la société française, pourront d'une manière générale, affronter ce moment difficile avec beaucoup de détermination, mais qu'ils sauront, de manière effective, dialoguer et punir les coupables. Demeurez fermes et confiants afin de trouver le chemin qui mène à la construction d'un monde meilleur où l'on puisse vivre en liberté, fraternité et égalité.

Avec toute  notre attention,

 

Réponse de l'association française datée du 3 décembre 2015 :

 

Prezado(a)s amigo(a)s

 

Fomos muito comovidos em recebendo a vossa carta e agradecemos a vocês.

Lemos também escritos de Brasileiros tal como Frei Betto e Leonardo Bof e, tudo isto estimula as nossas reflexões : Porque essa tragédia ? como prevenir outras ? Como acompanhar os familiares dos falecidos e feridos ?

Somos muito obrigados por ficar ao nosso lado e somos também perto de vocês em tomando conhecimento da catástrofe de Mariana. Esperamos com vocês que os atingidos sejam socorridos com atenção, que os responsáveis sejam punidos com severidade para que um tal desastre não seja mais possível !

Com vocês, esperamos e rezamos para "encontrar o caminho que leva à construção de um mundo melhor onde as pessoas possam viver com liberdade, fraternidade e igualdade."

Com saudade e amizade.

Claudette e Paul, em nome de Elisabeth e Raymond.

 

 

Nous avons été très émus en recevant votre lettre et nous vous en remercions.

Nous avons lu aussi les textes de Frei Betto et de Leonardo Boff au sujet des attentats de Paris. Tout cela stimule notre réflexion. Pourquoi cette tragédie ? Comment faire pour qu’il n’y en ait pas d’autres ? Comment accompagner les familles de toutes les victimes.

Nous vous remercions beaucoup d’être à nos côtés, et nous sommes aussi près de vous, en apprenant la catastrophe de Mariana. Nous espérons avec vous, que les personnes touchées par ce drame seront secourues avec attention, et que les responsables seront sévèrement punis afin qu’un tel désastre ne soit plus possible.

Avec vous, nous espérons et prions pour trouver la voie qui mène à  la construction d’un monde meilleur où les personnes puissent vivre dans la liberté, la fraternité et l’égalité.

Avec saudade, et amitié

 

 

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16 décembre 2015 3 16 /12 /décembre /2015 20:52
Dimanche 20 décembre 2015
A 10h30, messe à l'église de Clairvaux-les-Lacs

Nous partagerons ensuite un verre de l’amitié

A midi, RDV dans la salle paroissiale de Clairvaux

(à côté de l’église), pour repas tiré du sac

 

Vers 14 heures 30, à la salle des fêtes de Pont de Poitte

nous avons invité la comédienne

Roselyne Sarazin.

Elle fera une lecture théâtralisée de

la Traversée de la nuit

écrite par Geneviève Anthonioz de Gaulle

Attention ! les lieux ont changé après la publication des Echos de Vitoria.

A Vitoria les amis brésiliens s'apprêtent aussi à commémorer le 26ème anniversaire du martyr de Gaby.

XXVIe anniversaire de la mort de Gabriel Maire
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Présentation

  • : Les amis de Gabriel MAIRE
  • : L'association "Les amis de Gabriel MAIRE" a été créée après l'assassinat de Gaby au Brésil le 23 décembre 1989. . A associação "les Amis de Gabriel Maire" foi criada depois da morte do Padre Gabriel em Brasil o 23 de dezembro de 1989.
  • Contact

A partir de novembre 2014, le blog devient bilingue. Les pages pour nos amis brésiliens sont visibles à partir du lien "Em portuguès" N'hésitez pas à vous inscrire ci-dessous pour être informé des mises à jour. Merci !

A partir de novembro de 2014 o blog se torna bílingue. As páginas para os nossos amigos brasileiros ficarão disponíveis com o "vínculo "Em português". Não hesitem em inscriverem-se para serem informados das notícias actualizadas.Obrigada !

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